Universidade Federal do AP vai destinar 75% das vagas de graduação para cotas

Estudantes que se declaram de escolas públicas, pretos, pardos, indígenas, quilombolas e deficientes físicos passarão a ter direito a 75% das vagas destinadas nos cursos de graduação da Universidade Federal do Amapá (Unifap). As cotas, que valerão na seleção de 2018 para o ingresso no ano seguinte, foram aprovadas pelo Conselho Universitário (Consu) da instituição.

Para a entidade, a medida visa dar maior competitividade ao aluno do estado e da Região Norte nos 27 cursos de gradução ofertados. A escolha será por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) que utiliza as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

A Unifap ainda vai decidir se as vagas serão disponibilizadas integralmente via Sisu ou serão divididas com a classificação via Enem. Atualmente, 50% da concorrência nos cursos é ofertada para egressos do ensino público e a metade restante para os demais estudantes.

A entrada por meio de cotas também foi estendida para a pós-graduação, que terá que oferecer no mínimo 25% das vagas nesse regime. Na escolha via Sisu, a Unifap decidiu incluir a política de “ações afirmativas” – previstas pelo Ministério da Educação (MEC) – e vai oferecer bonificação de 10% nas notas dos candidatos da Região Norte e do Maranhão na concorrência.

“Quando pegamos o Ideb, que é o Índice de Educação Básica, nós percebemos um hiato entre o que temos de avanço na região Norte e nas outras regiões do país, então nosso aluno tende a ficar desprestigiado, ou seja, deveria ter prejuízo nos processos de avaliação e nós vamos bonificar com que ele tenha esteja no páreo”, explicou Eliane Superti, reitora da Unifap.

A escolha por incluir também alunos do Maranhão na oferta do bônus atende critérios sociais da região, onde segundo a instituição, ocorre intensa migração de habitantes do estado para o Amapá.

“Recebemos um grande fluxo de pessoas de regiões empobrecidas do Maranhão, onde o índice do Ideb é muito parecido com o nosso, e entendendo essa dinâmica da vinda dessas pessoas do Maranhão, nós entendemos esse contexto onde atendemos toda a região”, completou.

Na definição da seleção dos cotistas, o sistema do Sisu escolhe atravás da predominância da população reservada de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Ou seja, a distribuição das vagas vai atender aos índices estatísticos reais. No Amapá, atualmente a população declarada parda é de 69,5%, enquanto a de declarados pretos é de 9%.

“A Unifap já cumpria uma lei de cotas, mas precisava de um regramento próprio. É uma vitória. A instituição amadurece para uma política mais democrática de acesso, fazendo com que antes camadas com dificuldade de acessar possam encontrar as portas abertas”, reiterou Superti.

Fonte: G1 Amapá