Universidades cogitam suspender aula em caso de rodízio de água em SP

As universidades paulistas cogitam suspender aulas em caso de rodízio de água em São Paulo. Pesquisas também podem ser afetadas.

A informação foi dada nesta terça-feira (3) durante entrevista coletiva com representantes da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), IFSP (Instituto Federal de São Paulo), Unicamp, Unesp, UFABC e UFSCar. A USP também participou.

Segundo a reitora da Unifesp, Soraya Smaili, ainda não há definição concreta sobre suspensão das aulas. Isso depende de as universidades obterem mais informações da condição dos reservatórios paulistas e do quanto as universidades conseguirão resistir a uma restrição de abastecimento.

Mas ela disse que as pesquisas certamente serão afetadas, porque algumas dependem de água. No caso das aulas, o problema está na limpeza dos prédios em uma situação de rodízio.

As universidades anunciaram conjuntamente a criação de um grupo para produzir pesquisas de modo a propor soluções de curto, médio e longo prazo para o problema de abastecimento.

As aulas na USP e na Unifesp estão previstas para começar em 23 de fevereiro. Na Unicamp, o retorno será no dia 25.

A Unifesp controla o Hospital São Paulo, um dos maiores da capital. Segundo a reitora, houve um compromisso do governo do Estado de não desabastecer hospitais em caso de eventual rodízio. A Folha procurou a Secretaria de Recursos Hídricos e a Sabesp, e ainda não obteve resposta.

RODÍZIO

Na semana passada, a Sabesp admitiu pela primeira vez desde o início da maior crise de abastecimento da Grande São Paulo que pode adotar um rodízio de cinco dias para a região metropolitana da capital paulista.

Segundo o diretor metropolitano da empresa, Paulo Massato, o esquema funcionaria com cinco dias da cidade sob rodízio e dois dias sem.

“Para fazer um rodízio, teríamos de fazer um rodízio muito pesado. Se as chuvas insistirem em não cair no sistema Cantareira, seria uma solução de um rodízio muito pesado, muito drástico” (…) “No cálculo conceitual para reduzir 15 metros por segundo no Cantareira, precisaria de um rodízio de dois dias com água, por cinco dias sem água”, disse.

 

Folha de S. Paulo