Universidades vão oferecer cursinhos de idiomas em janeiro

Primeiras turmas preparatórias para quem quer concorrer a bolsas de estudo serão de inglês, francês, alemão, italiano e mandarim

A falta de fluência em um idioma estrangeiro deixará de ser empecilho para os estudantes que desejam concorrer a uma das bolsas de estudo do programa Ciência sem Fronteiras. Universidades públicas de todo o País vão oferecer cursos intensivos preparatórios para quem quiser disputar uma das 12,5 mil bolsas oferecidas para 2012. As primeiras turmas devem começar na segunda quinzena de janeiro.

Essa é a expectativa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), responsáveis pelo programa. Lançado em julho, o Ciência sem Fronteiras pretende enviar 100 mil universitários para o exterior, em cursos de graduação e pós-graduação na modalidade sanduíche (em que parte é feita no exterior e parte no Brasil).

Segundo Geraldo Nunes, chefe de gabinete da presidência da Capes, os contratos com as instituições interessadas em oferecer os cursos de línguas serão assinados logo. Os convites formais e termos de adesão ao programa serão enviados ainda esta semana. Há alguns dias, a Capes e o CNPq se reuniram com os dirigentes de 17 universidades federais, mas outras já procuraram a Capes para entrar no projeto.

A proposta, idealizada pela presidenta Dilma Rousseff, é que nenhum bom estudante deixe de se inscrever na disputa pelas bolsas por causa do idioma. Durante a cerimônia de divulgação das regras do Ciência sem Fronteiras nesta terça-feira, Dilma ressaltou que essa era uma medida que garantia “aos estudantes que não vêm das classes mais abastadas do país, a mesma oportunidade, superando a barreira da língua”.

“As universidades federais passarão, a partir de agora, e progressivamente, até atingir a todas em 2013, a oferecer cursos de línguas no Brasil. Ao mesmo tempo, nós vamos garantir cursos de línguas no exterior para os selecionados, de seis a oito meses, dependendo do seu destino”, informou a presidenta. Para Nunes, que coordena os acordos na Capes, essa foi uma decisão “acertada, para que os beneficiados não sejam os de sempre”.

Fase de definições

Resta agora definir os termos dos acordos entre a Capes, o CNPq e as universidades. Os modelos pedagógicos dos cursos, segundo Nunes, serão definidos pelas próprias instituições. Mas o objetivo é que sejam cursos rápidos. De início, serão oferecidas turmas em cinco línguas: inglês, francês, alemão, italiano e mandarim. A prioridade é para os idiomas falados nos países em que o Brasil já fechou – ou está fechando acordo.

A Capes e o CNPq vão patrocinar os custos desses cursinhos. Os professores dessas turmas, inclusive, receberão auxílio financeiro para isso. De acordo com Nunes, as turmas não serão restritas aos selecionados para o programa. “Nossa ideia é que seja um curso aberto e a única limitação seja a de selecionar para as turmas de idiomas os alunos das áreas definidas como prioritárias no Ciência sem Fronteiras”, diz.

Além disso, as instituições não podem restringir as matrículas aos seus próprios alunos. “Os que não forem selecionados no programa e concluírem o curso serão alunos melhores, de todo jeito”, brinca Nunes. Os detalhes do projeto serão definidos nos próximos dias.