O processo seletivo para os cursos da UFMG teve a maior concorrência dos últimos 15 anos. Em 2014, por meio do Sistema de Seleção Unificada do MEC, 146.101 estudantes de todo o Brasil inscreveram-se em busca de uma das 3.535 vagas na Universidade, média de 52,65 candidatos por vaga. Após a seleção, foram convocados para a primeira chamada de matrículas estudantes de 25 dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal.

A vice-reitora da UFMG, Rocksane Norton, afirma que o aumento de inscrições mostra que a decisão da Universidade de aderir ao Sisu foi acertada. “Isso demonstra que uma seleção pública ampliada aumenta oportunidades, e esse é o espírito da universidade pública brasileira”, avaliou ela, na tarde desta sexta-feira.

Entre os mais de três mil convocados, mais de 80% são do estado de Minas Gerais. A avaliação da Universidade é que o Sistema amplia a seleção para áreas do estado que o vestibular não alcançava, assim como de outras regiões do Brasil.

Além disso, a Universidade já se preparava para ampliar o acesso mesmo antes da publicação da Lei de Cotas. Em vigor desde 2012, a lei estabelece que as instituições públicas brasileiras devem reservar metade de suas vagas para estudantes de escolas públicas, de baixa renda e que se declarem pretos, pardos ou indígenas.

Antes, a UFMG já havia instituído algumas práticas de inclusão, como os bônus para estudantes de escolas públicas. Em 2014, 25% das vagas foram distribuídas entre as modalidades de reserva de vagas.

Inclusão com mérito

A seleção via Sisu foi marcada por notas de corte elevadas. No curso de Medicina, somente foram convocados candidatos com notas de corte acima de 805 no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

A vice-reitora associa esses índices à manutenção da meritocracia. “É ótimo que a gente tente incluir, mas preservando o mérito. Os resultados mostram que não havia justificativa para se temer a redução da qualidade dos nossos estudantes. A qualidade dos estudantes que vão frequentar a UFMG, tanto pelo acesso geral quanto pela lei de cotas, é inegavelmente excelente. São estudantes de ponta, os melhores do ensino médio em Minas Gerais e no Brasil”, avalia a professora, para quem o processo deve ter como reflexo uma melhoria no ensino fundamental e médio.

Rocksane afirmou, ainda, que é cedo para apontar aperfeiçoamentos futuros no processo seletivo. Após o registro acadêmico, que começou hoje, será possível avaliar melhor todo o processo, com o levantamento do número de candidatos que não compareceram e planejamento das novas chamadas para as vagas ociosas.

Agência de Notícias da UFMG