BRASÍLIA. O Ministério da Educação determinou ontem à Universidade de Brasília (UnB) que aumente o salário dos professores substitutos em 160%, o que elevará o piso da categoria para R$ 1.079, no caso de docentes que lecionam 20 horas semanais e só têm a graduação. A ordem foi dada pela Secretaria de Educação Superior do MEC, após o GLOBO revelar que professores substitutos da UnB recebem menos de um salário mínimo (vencimento líquido). A Universidade Federal de Juiz de Fora (MG) também será beneficiada.
O aumento será resultado da incorporação da GAE, gratificação já paga aos docentes de carreira, mas não aos temporários. Segundo o MEC, a UnB e a universidade de Juiz de Fora são as únicas instituições federais de ensino superior que deixavam de pagar a GAE aos substitutos.
A gratificação será substituída em julho pela Gratificação por Tempo de Magistério Superior (GTMS), de valor mais baixo do que a GAE para professores com graduação e mais alto para quem tem aperfeiçoamento, especialização, mestrado ou doutorado. A partir de fevereiro, com o reajuste do salário mínimo para R$ 465, o piso para professores será de R$ 1.209. Isso ocorre porque as universidades complementam o vencimento básico até o valor do mínimo, sobre o qual incide a gratificação.
A UnB alterará os editais em que oferece R$ 383,22 mensais a professores com graduação e jornada de 20 horas. A incorporação da GAE elevará os salários dos substitutos com titulação mais alta e jornada de 40 horas — a UnB está selecionando mestres por R$ 1.290,07, valor que agora subirá 160%.
Demétrio Weber
O País – Página 5