Ministro fala sobre Educação Superior

Em São Paulo para a abertura do VI Seminário Nacional do Reuni, o Ministro da Educação Fernando Haddad falou não apenas sobre o tema central do evento, "Autonomia Universitária", mas sobre a evolução da Educação Superior no Brasil, principalmente por meio do Reuni, e sobre as próximas metas a serem alcançadas.

Sobre a expansão das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) que, por meio do Reuni, tem como meta expansão de no mínimo 20% do número de alunos de graduação em um prazo de cinco anos, o ministro comentou: "Não é uma atitude irresponsável do ponto de vista fiscal, não é um inchaço das universidades. A rede federal está respondendo ao que foi colocado pelo Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE)".

Fernando Haddad destacou a emergência de uma universidade moderna, que entende que autonomia não significa se descolar dos interesses nacionais, e sim uma aproximação dos anseios da sociedade, garantida a liberdade de conceder isso. "O Reuni foi um primeiro exemplo dessa nova configuração de instituição. Ele está embasado nos princípios da moderna administração pública: investir mais e melhor", afirmou o ministro.

O ministro falou ainda sobre a função das universidades, defendendo que elas recuperaram, aos olhos da sociedade, seu papel estratégico: "Hoje as pessoas estão cientes dessa importância e começando a perceber que a velha ideologia que opunha educação básica à superior não faz o menor sentido". Conforme as palavras do ministro, "precisou de um presidente que não teve acesso à escolaridade formal para dizer que gasto com educação não é gasto, é investimento".

Quanto à questão da autonomia universitária, Fernando Haddad concordou com o presidente da Andifes, reitor Amaro Lins (UFPE): "O reitor tem razão quando diz que a questão deve ser resolvida este ano. A universidade tem que se apropriar desses avanços. Para isso, temos que trabalhar duramente nos próximos meses para firmar o marco da autonomia de maneira sólida e irremovível", discursou Fernando Haddad. O ministro situou a Andifes como parceira na garantia da autonomia universitária: "Nosso relacionamento com os reitores é o melhor possível; são parceiros porque há convergência de ideais". Segundo ele, a confiança entre o MEC e os dirigentes é recíproca: "São muitas mãos, numa mesa-redonda", afirmou.

Vestibular

Pai de vestibulando, Fernando Haddad criticou o modo de ingresso nas universidades, que considera um problema grave para a juventude: "Tem que repensar o processo seletivo com uma certa urgência. Faz parte da discussão sobre autonomia discutir os interesses da sociedade". De acordo com o ministro, de nada adianta mudar as diretrizes curriculares do Ensino Médio, o importante é favorecer o aparecimento de talentos.