Andifes apresenta relatório do Programa de Apoio à Pós-Graduação das Ifes ao ministro Sérgio Rezende

A diretoria executiva da Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) apresentou ao ministro da Ciência e Tecnologia Sérgio Rezende o relatório do Programa de Apoio à Pós-Graduação das Instituições Federais de Ensino Superior, o PAPG-Ifes nesta terça-feira (11), no Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). A primeira reunião oficial da Comissão Técnica Interministerial que acompanhará a implantação do programa também foi realizada ontem, no mesmo Ministério.

Depois de assistir à apresentação, feita pelo coordenador da Comissão que formatou o PAPG, César Sá Barreto, o ministro Rezende afirmou: “Essa é uma causa nossa”. Ele considerou importante o trabalho desenvolvido pela Andifes na concepção do programa: “Realmente precisamos dar mais qualidade ao crescimento da nossa pós-graduação, levando em conta as questões estratégicas do país. Somos parceiros nisso”, destacou Rezende. O presidente da Andifes reitor Alan Barbiero (UFT) agradeceu ao ministro o atendimento à solicitação feita em reunião anterior, sobre a nomeação da Comissão Técnica que de agora em diante acompanhará o desenvolvimento do PAPG, cujos nomes foram publicados no Diário Oficial da União do último dia 10 de julho, na portaria nº13 da Secretaria Executiva do MCT.

Comissão Técnica Interministerial
A Comissão Técnica Interministerial do PAPG-Ifes realizou sua primeira reunião oficial na manhã desta terça-feira (11), no MCT. Representando a Andifes participaram o presidente, reitor Alan Barbiero (UFT), o presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia reitor Ivonildo do Rêgo (UFRN), o suplente da vice-presidência reitor Álvaro Prata (UFSC) e o consultor César Sá Barreto. O secretário executivo Luiz Antonio Elias, o diretor de programas horizontais e instrumentais do CNPq José Roberto Drugowich, o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação Ronaldo Mota e o chefe da Assessoria de Coordenação dos Fundos Setoriais Antonio Ibañez representaram o MCT e o diretor de Programas e Bolsas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) Emídio Cantídio representou o Ministério da Educação (MEC). A Comissão também é formada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), representado por André Fábio de Souza, Associação Brasileira de Ciências (ABC), representada por Keti Tenenblat e Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) representada por Lauro Morhy. Na primeira fase de construção do programa, também participavam representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Casa Civil.

Sá Barreto explicou que a duração do PAPG-Ifes é de quatro anos e que o principal objetivo do programa é resolver assimetrias entre regiões do país e entre áreas do conhecimento, contribuindo, assim, para o desenvolvimento da nação. O levantamento mostrou, por exemplo, que a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) têm, cada uma, mais cursos de mestrado do que toda a região Norte do país.

Durante os estudos realizados para construção do PAPG, as Ifes enviaram à Andifes 2.314 formulários, preenchidos de acordo com suas principais demandas acerca da pós-graduação. O diagnóstico gerado em mais de um ano de estudos mostra que a proposta do PAPG, se realizada na íntegra, aumentaria o número de cursos de mestrado de 1.117 para 1.761 e de doutorado de 638 para 1.161; sendo que o número de mestrandos saltaria de 4.685 para 7.071 e doutorandos de 23.941 para 42.547.

De acordo com Luiz Elias, o PAPG pode ser uma marca que abriga um conjunto de programas, idéia ratificada pelo representante da Capes, que garantiu que o edital do Pró-Equipamentos já pode ser incluído no PAPG. O presidente da Andifes destacou que o programa tem um caráter crescente e que pode ser lançado ainda em 2009 e incrementado ao longo dos quatro anos. Para este ano, o PAPG conta com uma emenda orçamentária da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados, garantida pelo presidente da comissão deputado Eduardo Gomes (PSDB/TO).

Próximas discussões
O representante do MDIC André Fábio de Souza sugeriu uma nova variável às discussões da Comissão: a participação do setor produtivo. De acordo com ele, deve-se buscar a integração de políticas de governo: “A participação do MDIC na Comissão Interministerial é muito importante para integrar educação, tecnologia e indústria. Vamos pensar no reforço do mestrado profissional, na participação das empresas e não olhar com preconceito o setor produtivo”.

O secretário executivo do MCT Luiz Elias destacou o consenso geral sobre a importância do programa e sugeriu que a próxima reunião da Comissão Técnica Interministerial seja realizada ainda no mês de agosto. As pautas definidas pelo grupo foram a possibilidade de integração de programas já existentes nas agências de fomento e nos Ministérios com o PAPG, a discussão sobre a avaliação do programa, a demanda real do setor industrial, a estrutura operacional do PAPG e a gerência dos recursos envolvidos.

Segundo Luiz Elias, o relatório do PAPG é um “mapa extremamente qualificado para ajudar no planejamento das ações”. O diretor da Capes Emídio Cantídio afirmou: “O exercício de planejamento do PAPG-Ifes é uma das coisas mais interessantes dos últimos anos; é um choque de planejamento nas instituições nunca visto antes”.