Uma equipe da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) formada pelo presidente Jorge Guimarães e pelos diretores de Programas e Bolsas Emídio Cantídio, de Gestão Denise Neddermeye, de Educação a Distância Celso Costa, de Educação Básica Presencial João Carlos Teatini e de avaliação Lívio Amaral participou da LXXXIVª reunião ordinária do Conselho Pleno da Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior no último dia 17.
A equipe explicou diversas ações e programas que a Capes vem desenvolvendo e algumas das políticas para a Educação, do nível básico ao superior. Durante o encontro, foi reforçada a importância do Programa de Apoio à Pós-Graduação das Ifes, o PAPG-Ifes, articulado pela Andifes para impulsionar o desenvolvimento da pós no país.
O presidente da Andifes reitor Alan Barbiero (UFT) reiterou a importância da implantação do PAPG-Ifes e o presidente da Capes concordou: “A maior visibilidade da universidade é a pós-graduação, porque puxa o ensino, a extensão e a pesquisa. De 2.300 instituições de Ensino Superior, a Capes lida com menos de 10%. A pós é a melhor janela para as universidades, por isso o PAPG-Ifes toma uma enorme importância”, afirmou Jorge Guimarães.
Pós-graduação
Sobre a pós-graduação, o presidente da Capes pediu o esforço das universidades nas áreas tecnológicas, especialmente nas Engenharias. Segundo ele, só 11% dos cursos de pós-graduação são em Engenharia.
Como incentivo à pós, o diretor de Programas e Bolsas da Capes Emídio Cantídio ressaltou o crescimento do número de bolsas oferecidas. Em 1996, eram cerca de 18.500, número que chegou a aproximadamente 42.300 em 2008. A projeção da Capes para 2009 é chegar a 47.842 bolsas concedidas.
O diretor da Capes falou ainda sobre novos editais, como o Bionanotec, o Pró-Administração, Pró-Cultura e Pró-Ciências do Mar, todos lançados em 2009. “Temos bolsas no exterior, no país, recursos para capital e custeio”, destacou Emídio Cantídio.
Emídio também apresentou o Portal de Periódicos da Capes como uma fonte importante de pesquisa. Segundo ele, em julho de 2001, o acervo tinha 1.882 títulos e em 2009 chegou a 15.475, recebendo, atualmente, investimentos da ordem de R$ 53 milhões. O número de acessos a textos completos saltou de menos de cinco mil em 2001 para 20 mil em 2008. Confira os números.
Plano Nacional de Formação de Professores
Seguindo a visão de educação sistêmica, “da pré-escola ao pós-doutorado”, o presidente da Capes Jorge Guimarães afirmou que a Educação Básica é um desafio. O governo lançou, no último dia 28 de maio, o Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor), que prevê o oferecimento de cerca de 300 mil vagas para formação de professores.
A iniciativa é destinada aos profissionais da Educação Básica que não tem graduação, cerca de 300 mil, aos que tem licenciatura, mas atuam fora de suas áreas, cerca de 200 mil, e aos graduados, mas sem licenciatura, que somam aproximadamente 50 mil professores. Para viabilizar os cursos, 91 Instituições de Ensino Superior oferecerão cerca de 332 mil vagas entre 2009 e 2011.
A reitora Maria Lucia Cavalli (UFMT), destacada pela direção da Andifes para acompanhar o Parfor, ressaltou que é preciso ir além na questão dos professores da Educação Básica. “Há que se pensar no salário, no plano de carreira, na infra-estrutura das escolas. É preciso ter qualidade”, afirmou a reitora. Maria Lucia sugeriu a criação de um edital de infra-estrutura para o programa, sobretudo devido às demandas por tecnologias da informação e comunicação.
Avaliação
Preocupada com a avaliação de seus programas, a Capes acompanha a produção científica brasileira. Em 1987, menos de 5 mil artigos foram publicados pelos pesquisadores. Em 2007, foram publicados cerca de 20 mil artigos e foram titulados aproximadamente 10 mil doutores. Pesquisas mostram que na Europa há 1670 pesquisadores por cem mil habitantes, enquanto no Brasil são 65. “A pós-graduação brasileira vai bem, mas precisa expandir”, analisou Lívio Amaral, diretor de avaliação da Capes.
O diretor da Capes também demonstrou preocupação com as assimetrias da pós-graduação brasileira. Segundo dados da Capes, há cerca de 400 programas de pós-graduação na área da Saúde e menos de 200 na párea de letras, artes e lingüística. O presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia da Andifes, reitor Ivonildo Rego (UFRN) destacou que o PAPG-Ifes propõe o planejamento necessário para o crescimento da pós-graduação, já que uma das característica do programa é reduzir as assimetrias entre as áreas do conhecimento. Além disso, o reitor sugeriu a criação de um programa de iniciação científica para a graduação.
Educação a distância
O diretor de Educação a Distância da Capes Celso Costa apresentou um panorama geral da Universidade Aberta do Brasil (UAB) e assegurou que esta iniciativa está institucionalizada na nova estrutura da Capes. Segundo Celso Costa, participam da UAB 74 Instituições de Ensino Superior, das quais 45 são federais Atualmente, 418 cursos são oferecidos em 557 pólos para um total de 170 mil estudantes.
Celso Costa destacou, entre as funções da UAB, a formação de pessoal das Ifes e a contribuição para formação de pessoal em administração pública. Em agosto de 2009, iniciaram cursos de bacharelado em administração pública, especialização em gestão pública e gestão da saúde em 42 IES, totalizando 30 mil vagas.
Orçamento
De acordo com a diretora de gestão da Capes Denise Neddermeye, a dotação orçamentária do ano de 2009 foi de cerca de R$ 1,9 bilhão, número que deve saltar para aproximadamente R$ 2,5 bilhões no ano de 2010. Denise informou que os recursos da Capes estão garantidos, fazendo alusão a uma decisão de corte ventilada pelo relator da Projeto da Lei Orçamentária Anual.
Depois das exposições, vários reitores se manifestaram sobre as ações da Capes, tiraram dúvidas e fizeram sugestões. O reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro Aloísio Teixeira sugeriu a realização de um seminário conjunto da Andifes e da Capes para discussão das pautas em comum. O presidente da Capes Jorge Guimarães acolheu a idéia e afirmou: “Na Capes, tudo que é bom vale. Tudo que tem boa perspectiva, temos que arrumar um jeito de fazer”.