A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) promoveu o Seminário “Diretrizes e ações para EAD nas Ifes”, na sede da Associação, em Brasília, no último dia 23. Com o objetivo de refletir sobre a educação a distância e as perspectivas para a modalidade, a Andifes recebeu pró-reitores e coordenadores de Ead nas Ifes e ainda contou com a participação do secretário de Educação a Distância do Ministério da Educação Carlos Bielschowsky.
O presidente da Comissão de Educação a Distância da Andifes reitor João Luiz Martins (Ufop) destacou que a EAD deve ser tratada como uma política de Estado. “Chegou o momento de ouvir vocês em relação ao financiamento, professores e técnicos”, ressaltou o reitor.
Segundo o secretário do MEC atualmente cerca de 3 milhões de brasileiros utilizam a EAD continuamente; aproximadamente 800 mil para graduação, de 300 a 400 mil na educação continuada e ainda outra parcela para ensino de jovens e adultos (EJA) e ensino técnico a distância. O crescimento da modalidade é visível no número de matrículas: eram 5.287 em 2000 e em 2009 foram 814.183.
Bielschowsky destacou que a educação a distância “abre uma estrada para a inclusão social”. Dados do MEC mostram que o número de estudantes com renda de até três salários mínimos na EAD é o dobro da modalidade presencial. Porém, o secretário lembra que também há problemas, como o crescimento rápido acompanhado de uma componente comercial, que requer atenção às questões da regulação e supervisão.
Questões como a desconexão entre universidade e alunos, material didático, estrutura de pólos e tutorias também preocupam os gestores. O presidente da Comissão de Educação a Distância da Andifes destacou ainda a necessidade de pessoal e financiamento para a modalidade. A atualização dos valores das bolsas pagas aos profissionais, por exemplo, é um dos gargalos da EAD.
Relatório
Assim como fez com o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Ifes (Reuni), agora a Andifes inicia a preparação de um relatório sobre a EAD. “Queremos fazer um mapa da EAD no brasil, para demonstrar seu papel e sua importância”, afirmou o presidente da Andifes, Alan Barbiero.
A consultora da Andifes Maria Ieda Diniz apresentou as idéias preliminares para confecção do relatório e os presentes sugeriram que sejam avaliados os dados já disponíveis pelos sistemas de gestão do MEC, para depois proceder ao documento.
A diretoria da Andifes avalia ainda a criação de um Colégio de Gestores em Educação a Distância no âmbito da Associação.
Postada em 30 março 2010