A UNE decidiu em votação que marcou o final do 58º Coneg (Conselho Nacional de Entidades Gerais) que se manterá independente e não apoiará candidato nas eleições para a presidência da República.
A expectativa era que fosse votada uma proposta de apoio à pré-candidata do PT, Dilma Rousseff. A proposta era defendida por uma corrente minoritária da UNE. Na madrugada de hoje, o grupo decidiu não levar a proposta para votação.
“Conseguimos reafirmar a independência e a pluralidade da UNE. A instituição só tem o prestígio que tem porque sempre conseguiu pautar as grandes questões nacionais, aquilo que interessava à maioria da população, e porque conseguiu conviver com as diferentes opiniões”, afirmou Augusto Chagas, presidente da UNE.
Apesar de a instituição não ter declarado apoio a qualquer candidato, o programa aprovado ontem em votação faz críticas explícitas à política do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e ao neoliberalismo.
“O discurso neoliberal sobrevive no nosso país, seja nos editoriais da mídia elitista saudosa dos anos FHC, seja nas propostas de políticos que defendem o Estado mínimo disfarçadamente”, afirma o programa.
Para Tasso Brito, terceiro vice-presidente da UNE e um dos defensores de um apoio oficial à Dilma, não houve derrota porque as decisões da UNE são feitas de acordo com a votação e a vontade da maioria. “Saímos com um programa que está muito próximo ao programa da Dilma. (…) O programa, como foi aprovado, saímos com o sentimento de que é um posicionamento”, disse.
Folha Online