Uma das iniciativas do governo Lula para reforçar a liderança regional do Brasil, a Unila (Universidade Federal da Integração Latino-Americana) enfrenta problemas antes mesmo de começar efetivamente a funcionar.
Prevista para receber alunos de graduação a partir do segundo semestre deste ano, a Unila decidiu de última hora não participar mais do Sisu, conforme ainda consta em seu site.
O Sisu é o sistema de seleção do MEC (Ministério da Educação) que permite que alunos concorram a vagas em universidades públicas de todo o país apenas pela nota do Enem 2009.
Agora, a Unila lançará edital próprio, mas continuará a usar a nota do Enem 2009 segundo critérios próprios.
Unila e MEC dão versões diferentes para a não participação da Unila no Sisu.
Segundo Paulino Motter, pró-reitor de Planejamento e Administração da Unila, a instituição temia ter poucos candidatos. “Como é seu primeiro recrutamento, a Unila corria o risco de ter uma procura muito pequena se participasse do Sisu”, argumenta.
Já de acordo com a assessoria de imprensa do MEC (Ministério da Educação), a não participação da Unila no Sisu se deve ao fato de que os cursos na instituição, por serem novos, ainda não tinham terminado de ser cadastrados. Com isso, diz o MEC, o que inviabilizou a não inclusão da Unila no Sisu foi uma “dificuldade técnica”.
Alunos estrangeiros
A Unila tem a proposta de ser a primeira universidade bilíngue do país, com aulas em português e espanhol.
Além de estudantes brasileiros, a expectativa é poder receber alunos de toda a América Latina, o que ainda não vai ocorrer agora.
Segundo o reitor Hélgio Trindade, a instituição resolveu restringir a participação de alunos estrangeiros para estudantes vindos de Paraguai, Uruguai e Argentina.
Também para acelerar os processos, a Unila resolveu selecionar esses alunos não mais por uma prova, mas mediante análise curricular.
A decisão, diz o reitor, se deveu ao prazo curto para realizar a seleção.
Patricia Gomes – Folha de São Paulo, 11/06