Melhorar a formação dos professores é outra lição que o plano atual não terminou. Segundo o Conselho de Acompanhamento e Controle Social do Fundeb, 47% dos professores da educação básica no país não têm formação adequada. A Bahia teve a pior situação em 2007 (78,8%). – É, por exemplo, o professor da educação infantil sem ensino médio de formação de professores; ou então professor no ensino fundamental ou médio que dá aula de física, mas é formado em química – resume o presidente do Conselho, Carlos Eduardo Sanches, que preside ainda a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação.
O percentual tem relação inversa com o desempenho no Ideb. Segundo estudo apresentado por Sanches, quanto maior o percentual de professores sem formação adequada, menor a média do estado no Ideb. Bahia, Maranhão e Pará, os piores em formação em 2007, estiveram na rabeira das notas naquele ano, com médias que não chegavam a 3,5. Já Paraná, Santa Catarina, Distrito Federal e São Paulo, com menor percentual de professores no segmento sem formação adequada, tiveram as melhores médias, em torno de 4,5. O próximo plano deve trazer como investimento na área 7% do PIB nos quatro próximos anos, chegando a 10% até 2020. Das quase 300 metas do atual plano, só um terço foi cumprido. Uma das críticas é, além do grande número de metas, o fato de muitas delas estarem mais para declarações de intenções do que para metas quantificáveis. – O próximo plano deve trazer menos metas. A última notícia que tivemos é de que deve ter em torno de 25 metas e que podem ser monitoradas com indicadores. Além disso, outra falha do plano atual é que ele não vincula percentual do PIB à educação. O novo plano deve vincular – adianta Mozart Ramos.
Haddad faz mistério sobre se vai continuar à frente da pasta – Segundo a assessoria do Ministério da Educação, o ministro Fernando Haddad “precisa conversar com o presidente Lula antes de dar qualquer declaração sobre o PNE 2001-2010 e o 2011-2020”. A assessoria disse, porém, que é provável que o novo texto saia ainda em novembro. Prestigiado no governo Lula, apesar das falhas que levaram ao vazamento do Enem em 2009, Haddad faz mistério sobre sua disposição de ficar no governo. Antes mesmo da vitória de Dilma, num diálogo com o ministro, Lula disse ter pedido a Dilma que conversasse com Haddad. Lula e o ministro podem tratar do tema nesta segunda-feira, quando embarcam para Moçambique, onde inauguram a primeira unidade no exterior da Universidade Aberta do Brasil. Semana passada, Haddad disse que se planejou para voltar a São Paulo em 2011. Já havia dito isso a Lula, e ouvira: “O que pretende fazer? Voltar a dar aula na USP?”. Indagado sexta-feira sobre o assunto, Haddad brincou: – A torcida para eu ir embora é tanta assim?