As universidades federais são autarquias do governo nacional. São órgãos públicos, cuja maior parte das verbas para funcionamento é oriunda do Ministério da Educação. Suas pesquisas são sustentadas por agências de fomento, como o CNPq, a Capes e mesmo a nossa Fapergs. Os custos com pessoal, por sua vez, provêm do Ministério do Planejamento. Enfim, são instituições custeadas a partir de impostos pagos por todos os brasileiros, do Oiapoque ao Chuí.
Desta feita, como exigir que tais instituições mantenham-se restritas às localidades em que se encontram hospedadas? Se os cobres que as sustentam provêm das mais diversas partes dessa Nação, por que apenas os gaúchos é que devem ter direito de cursar uma universidade como a *UFCSPA*? Como a Furg, a Unipampa, a UFFS? A justificativa de que os profissionais “forasteiros” apenas estudam e depois retornam a seus locais de origem se desfaz na prática, que mostra que as pessoas se estabelecem onde encontram boas condições de iniciar uma carreira. Ora, se estes estudantes não encontram vagas para estudo em suas cidades de origem, quem lhes garante que irão conseguir trabalho por lá futuramente?
A missão das universidades é formar profissionais de qualidade para atuarem no mercado de trabalho. O vestibular e o Sisu funcionam como filtros para a entrada nestas instituições. Não há garantias de que o mau vestibulando não venha a ser um excelente trabalhador no futuro. Por outro lado, o bom aluno, geralmente não se dá mal. Talvez o concurso não seja a forma mais justa de selecionar quem merece ingressar nas melhores instituições do país. Mas qual seria a alternativa? Imitar o modelo de outros lugares, no qual as notas da escola e o desempenho esportivo definem os selecionados? E a inclusão, como fica?
Gaúchos, cariocas, paulistas, nordestinos… Para ingressar na universidade não há alternativa. É preciso estudar. E muito.
coordenadora de Comunicação da UFCSPA