Mão de obra é gargalo para projetos na área

Baixo nível de estudantes formados em engenharia e exatas preocupa especialistas

Como a inovação precisa de terreno fértil para germinar, a Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) também buscará fortalecer programas de recursos humanos e capacitação de mão de obra. A falta de profissionais no mercado brasileiro é claramente um dos gargalos a ser enfrentados.

O gerente de Estudos e Políticas Industriais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Paulo Mol, ressalta que a mão de obra tem de ser propensa à inovação, ou seja, capaz de absorver rapidamente as mudanças.

“E a situação do Brasil é preocupante nesse aspecto, por causa da baixa qualidade tanto no ensino fundamental quanto dos alunos que saem da universidade”, afirma.

Além disso, ressalta Mol, atualmente, de todos os que terminam faculdade, apenas 10% são formados em engenharia ou outras ciências exatas. “Isso é complicado”, sentencia.

Ele explica, entretanto, que essas atividades são pró-cíclicas, ou seja, como baixo crescimento da economia, há um desestímulo na procura por essas áreas. O contrário também é verdadeiro, mas leva um tempo maior para que os profissionais se formem e possam ser aproveitados no mercado de trabalho.

“Por isso é que a PDP precisa de uma agenda de estrutura, e, não, de conjuntura. Os efeitos da inovação só ocorrem no longo prazo”, explica.

Formação técnica
O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, já anunciou que o governo vai dar grande ênfase às ciências exatas, lançando um plano específico para a formação e apoio aos cursos de engenharia. Ao mesmo tempo ele também quer estimular a formação de profissionais técnicos por meio do Programa Nacional de Acesso à Escola Técnica (Pronatec), vinculado ao Ministério da Educação. Segundo Mercadante, está em discussão, juntamente com a PDP, o Plano de Ação de Ciência e Tecnologia e Inovação (PAC CTI 2), para incentivar a inovação