O MEC espera mais de 6 milhões de candidatos. Prazo de inscrição termina na próxima segunda-feira
Mais uma vez, milhões de candidatos de todo o Brasil vão apostar no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como a porta de entrada para o ensino superior e certificação para a conclusão do ensino médio. As provas vão ser realizadas só em outubro, nos dias 22 e 23, mas a correria é grande para garantir a participação nas avaliações nacionais.
Com inscrições abertas até a próxima sexta-feira (10/5), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais Anísio Teixeira (Inep) recebeu em sua página de cadastro para o exame (www.enem.inep.gov.br) mais de 3 milhões inscritos até a última quinta-feira. O Ministério da Educação espera ter mais de 6 milhões de inscrições este ano – um aumento de quase 42%, se comparado com as 4,6 milhões de inscrições realizadas em 2010. É um verdadeiro exército de jovens e adultos que vão testar seus conhecimentos e terão a chance de abrir portas para a continuidade dos estudos.
Enquanto uns correm para não perder os prazos, a Justiça Federal ainda discute com que parâmetros o exame será aplicado. Com as mudanças previstas para a nova edição (confira ao lado), que novamente não incluem a possibilidade de recursos para revisão de notas e a possibilidade de acesso aos espelhos dos gabaritos e provas, a Defensoria Pública da União (DPU) ingressou em 23 de maio com uma ação civil pública contra o Inep, determinando que o responsável pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) faça uma retificação no edital, publicado no último dia 19, para a inclusão da possibilidade da interposição de recursos contra a prova. Antes mesmo da notificação – que foi feita também no ano passado, pela DPU – o Inep já alegava falta de condições logísticas de avaliar as indagações de cada candidato que pedisse recurso.
Segundo o defensor público federal Ricardo Salviano, autor da ação e titular do Ofício de Direitos Humanos e Tutela Coletiva, o Inep deve criar um dispositivo para que os candidatos possam ter acesso às respostas dos cartões de respostas das provas objetivas e a correção das redações caso se sintam lesados. Além disso, o instituto ainda deve prever um prazo de 10 dias para interposição de recursos. “”Os candidatos não podem perder seu direito de ampla defesa caso se sintam prejudicados. O MEC não pode usar de nenhuma justificativa logística para negar um direito. A decisão da DPU pretende, em primeiro lugar, evitar que uma sequência de problemas ocorra, assim como no ano passado, quando dezenas de ações foram movidas na Justiça para exigir o acesso às provas””, afirma Salviano.
Mudanças
A partir de agora, o Enem vai contar com alguns critérios novos para a avaliação das redações, que continua a ser corrigida dois corretores de forma independente, sem que um conheça a nota atribuída pelo outro. A nota final corresponde à média aritmética simples das notas atribuídas pelos dois corretores. O que muda é a taxa de erro entre as correções para que a prova seja corrigida por um terceiro avaliador. Antes, era necessária uma discrepância de 500 pontos ou mais na nota atribuída pelos corretores (em uma escala de 0 a 1000) para que a redação passasse por mais uma correção. Agora, essa nota mínima passa para 300. A nota atribuída pelo supervisor, responsável pela nova correção, substitui a nota dos demais corretores. Segundo o Inep, as mudanças vieram para garantir a segurança na avaliação e uma forma indireta de revisão de possíveis erros. Malvina Tuttman, presidente do instituto, afirmou ao Correio que essa pode ser considerada uma forma de recurso. A justificativa é criticada pelo defensor público Ricardo Salviano: Não é recurso se o aluno não solicitou ou não teve oportunidade de manifestação, afirma. Também para evitar erros, há uma recomendação importante para os candidatos no dia das provas. Ao receber os cadernos, eles usarão os primeiros 15 minutos para checar se há erros nas páginas. Quem não se manifestar ficará impedido de reclamar posteriormente. A medida divulgada no edital do exame visa evitar problemas como em 2010, quando ficou provado que havia diversos itens repetidos ou apagados nos cadernos das provas.
Oportunidades
A maioria dos candidatos que fará o Enem em outubro tem como objetivo garantir uma vaga em uma das instituições de ensino superior que aproveitam as notas do candidato. Atualmente, dois grandes programas do MEC oferecem oportunidades para estudantes: o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que seleciona os alunos melhores classificados no Enem para vagas em universidades públicas cadastradas; e o Programa Universidade para Todos (ProUni), para concessão de bolsas de estudos em instituições particulares. Ano passado, por exemplo, foram ofertadas 83 mil vagas em 83 instituições do país pelo Sisu – aumento de quase 40% com relação a edição anterior, em 2009. Durante as incrições do ProUni, 1500 universidades privadas participaram do processo de ofesta de bolsas no primeiro semestre de 2011.
Erick Farias Reis, 17 anos, foi um dos beneficiados pelo bom desempenho no Enem. Primeiro colocado para o curso de ciências sociais na Universidade Federal de Goiás (UFG) pela classificação no Sisu, ele decidiu esperar e arriscar uma vaga em Brasília. “Me inscrevi para concorrer a uma das vagas remanescentes da UnB, destinadas para os alunos que fizeram Enem. Consegui entrar para o bacharelado de letras francês e estou adorando o curso”, afirma o aluno do 1º semestre. Ele foi um dos 238 selecionados para as vagas não preenchidas pelo vestibular e pelo Programa de Avaliação Seriada (PAS) da UnB. Pela primeira vez, no ano passado, Universidade de Brasília (UnB) abriu seleção para candidatos avaliados no exame para ocupar vagas remanescentes de cursos presenciais de processos seletivos da instituição e de cursos a distância do Programa Universidade Aberta do Brasil (UAB).
Ainda dá tempo!
As inscrições para o Enem estão abertas até as 23h59 da próxima sexta-feira (10/6) e podem ser feitas exclusivamente pelo site.
» Taxa de inscrição: R$ 35. No ato de inscrição é emitida uma guia para ser paga em uma agência bancária até 10 de junho.
» Isenção de taxa: a isenção é garantida para alunos que vão concluir o ensino médio em 2011 em escola da rede pública, que declarem ser membros de família de baixa renda ou pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica. As três situações podem ser notificadas ao Inep durante a inscrição. O candidato ainda deverá apresentar documentos que comprovem sua condição. Os documentos serão analisados pelo Inep, que pode negar a isenção.
» Portadores de necessidades especiais deverão informar no ato da inscrição sua situação.
» Certificação de conclusão do ensino médio: o candidato indicará, durante a inscrição, uma das instituições certificadoras que estará autorizada a receber seus dados cadastrais e resultados.
» Fique atento: o candidato deverá guardar o número da inscrição e a senha. Elas são indispensáveis para todo o processo do Enem, como inscrição, realização da prova, obtenção dos resultados e participação nos outros programas do Ministério da Educação. O comprovante da inscrição estará disponível no endereço eletrônico do Enem.
As provas » O exame será aplicado em todo o Brasil em 22 e 23 de outubro. Composto por quatro provas objetivas, cada uma com 45 questões de múltipla escolha, e uma redação. Confira o calendário: 22 de outubro – provas de ciências humanas e suas tecnologias (história, geografia, filosofia e sociologia); ciências da natureza e suas tecnologias (química, física e biologia).
23 de outubro – provas de linguagens, códigos e suas tecnologias (língua portuguesa, literatura, língua estrangeira – inglês ou espanhol -, artes, educação física e tecnologias da informação e comunicação); matemática e suas tecnologias e redação.
O que levar: o candidato deverá usar somente caneta com tinta esferográfica preta.
O que não pode: O edital proíbe ao candidato, sob pena de eliminação, de falar com outros candidatos, usar lápis, lapiseira, borracha, livros, manuais, impressos, anotações, óculos escuros, calculadora, agendas eletrônicas, celulares, smartphones, tablets, gravadores, pendrive, mp3 ou similar, relógio ou qualquer receptor ou transmissor de dados e mensagens.
» De olho no tempo: as duas provas têm 5h30 de duração e começam às 13h. Mas para não perder a hora, todos devem chegar no local pelo menos com uma hora de antecedência. Só é possível entregar o gabarito e deixar a sala após duas horas de prova.
» É obrigatória a apresentação de documento de identificação original com foto para a realização das provas. Quem não tiver o documento deverá apresentar Boletim de Ocorrência emitido no máximo 90 dias antes da data da prova e se submeter a uma identificação especial e preenchimento de formulário próprio.
Problemas com a prova » Antes de iniciar as provas, de acordo com o edital, o candidato deverá verificar se encontra algum erro em todo o exame. Leia e confira todas as informações registradas no caderno de questões, no cartão-resposta, na folha de redação, na lista de presença e demais documentos do exame. Ao notar alguma coisa errada, o candidato deverá imediatamente comunicar ao aplicador da sala. Há um tempo mínimo exigido para identificar possíveis problemas: 15 minutos. Depois disso, não será possível trocar a prova.
Hora de escrever » A redação do exame, feita em formato dissertativo-argumentativo de até 30 linhas, também pode receber nota zero, caso o candidato cometa algum dos erros: » Não atender à proposta solicitada ou que possuir outra estrutura textual que não seja a do tipo dissertativo-argumentativo; » Folha de respostas deixada em branco; » Redações com até sete linhas, qualquer que seja o conteúdo, serão consideradas com texto insuficiente; » Folhas com desenhos , por exemplo, podem anular sua prova.
Gabaritos » Os resultados das provas objetivas serão divulgados na página do Inep até o terceiro dia útil seguinte ao de realização das últimas provas. Os candidatos poderão acessar os resultados individuais do Enem 2011, em data a ser posteriormente divulgada, mediante inserção do número de inscrição e da senha ou do CPF e da senha no endereço eletrônico do.