Aloizio Mercadante nem assumiu o Ministério da Educação e já se discute a possibilidade de Malvina Tuttman, atual presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão responsável pelas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), deixar o comando da autarquia com a troca no comando da pasta.
A assessoria de imprensa do ministério confirma que estuda a substituição, mas garante que não há no momento qualquer definição nesse sentido. Apesar dos problemas na edição de 2011 do Enem, a pasta nega que a possível troca seja motivada por essa razão. O MEC disse ainda que as alterações na estrutura do Inep podem prejudicar a proposta de aplicar uma edição do Enem em abril, já que é preciso fazer um planejamento da prova com antecedência. Desde que assumiu o comando da autarquia, Malvina defendeu a ampliação do número de edições do Enem.
Há um ano no cargo, Malvina Tuttman assumiu a presidência do Inep com o desafio de tentar recuperar o Enem depois das falhas nas edições de 2009 e 2010. Ela substituiu Joaquim José Soares Neto, que deixou o cargo após duras críticas durante a aplicação do Enem. Não foi a primeira vez que a avaliação derrubou um presidente do instituto. Em 2009, após o vazamento da prova daquele ano, Reynaldo Fernandes deixou o comando do Inep. (PF)
Memória
Histórico de problemas
Em 2009, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deixou de ser uma avaliação para medir a qualidade do ensino no país e se tornou a principalmente porta de entrada para as universidades federais. Depois da reformulação, foram três edições consecutivas. Todas com falhas. No mesmo ano em que foi reestruturado, houve o vazamento da prova na gráfica Connasel, e o Enem precisou ser remarcado. Em 2010, os alunos tiveram que driblar os erros de impressão nos cadernos de prova. Na edição de 2011, estudantes do Colégio Christus, em Fortaleza, tiveram acesso antecipado a pelo menos 14 questões idênticas às do Enem, que acabaram anuladas para os alunos da instituição. De acordo com investigação da Polícia Federal (PF), os exercícios vazaram durante a etapa do pré-teste, realizada um ano antes, pelo Inep. Um professor entregou as questões aos alunos. O inquérito policial concluiu que a Cesgranrio terceirizou parte da aplicação do pré-teste no colégio cearense.