Andifes homenageia as mulheres na figura de algumas reitoras das universidades federais

Hoje a Andifes tem doze reitoras no exercício do mandato

1.    Ângela Maria Paiva Cruz (UFRN)
2.    Aurina Oliveira Santana (IFBA)
3.    Célia Maria da Silva Oliveira (UFMS)
4.    Dora Leal Rosa (UFBA)
5.    Gioconda Santos e Souza Martinez (UFRR)
6.    Márcia Perales Mendes Silva (UFAM)
7.    Maria Cristina Victorino de França (UNIR – vice-reitora no exercício da reitoria)
8.    Ulrika Arns (UNIPAMPA)
9.    Maria Lúcia Cavalli Neder (UFMT)
10.  Miriam da Costa Oliveira (UFCSPA)
11.  Nilda de Fátima Ferreira Soares (UFV)
12.  Olinda Batista Assmar (UFAC)

Legenda: (da esquerda para direita)
Ex-reitora da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Ana Dayse,
Reitora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Miriam Oliveira,
Ex-presidente do INEP, professora Malvina Tuttman,
Reitora da Universidade Federal do Acre (UFAC), Olinda Assmar,

Reitora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Célia Oliveira,

Reitora da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), Maria Lúcia Neder,
Reitora da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Dora Leal.

Confira o artigo da ex-pró-reitora de extensão da Unifesp, atual ministra de Estado Chefe da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci.

AS MULHERES INVADEM O MUNDO

Hoje, 8 de março, de uma maneira especial todos os olhares em diferentes partes do mundo estão voltados para as mulheres. Afinal, é o Dia Internacional da mulher. Jornais, revistas, sites e rádios de inúmeros países produzem matérias, artigos, reportagens e entrevistas sobre a situação das mulheres. Falam da definitiva entrada das mulheres no mercado de trabalho e da diferença salarial ainda existente entre mulheres e homens. Falam da violência doméstica e sexual a que milhões de mulheres são submetidas e da Lei Maria da Penha, instituída para coibir essa violência.

Os dias internacionais são bom momento para balanços. Em um balanço positivo, há que reconhecer que o mundo, em grande medida, foi invadido pelas mulheres. Isso se vê nas ruas, nos trabalhos, nas casas e, de forma cada vez mais consistente, nas políticas públicas para a igualdade — discutidas, elaboradas e implementadas em nossos países.

A agenda internacional da Secretaria de Política para as mulheres é bom exemplo dessa efervescência. Hoje presidimos a Conferência Regional sobre a mulher da América Latina e Caribe e participamos da Reunião de Ministras e Altas Autoridades das mulheres do Mercosul, da Comissão Interamericana de mulheres, do Fórum de mulheres Índia, Brasil e África do Sul, para citar alguns dos fóruns existentes.

Recentemente estivemos na ONU, em Genebra, à frente de expressiva delegação brasileira para apresentar ao Comitê que avalia a implementação da Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a mulher, o sétimo Informe Periódico do Brasil. Na semana passada, participamos na sede da ONU, em Nova York, da 56ª Sessão da Comissão sobre a Situação da mulher, que teve como tema central de debate a situação das mulheres rurais.

Mas, ainda que reconheçamos que há avanços, resultado da mobilização de milhões de mulheres em todo o mundo, os balanços feitos em profundidade necessariamente trazem à tona impasses, necessidades e problemas que precisam ser superados com urgência. Em nosso país, para citar exemplo emblemático, é inegável a mudança provocada pela Lei Maria da Penha no imaginário da população e seu potencial inestimável no enfrentamento à violência doméstica e sexual. Hoje, a noção de que é crime bater em mulher está amplamente assimilada pela sociedade. E a recente vitória no Supremo Tribunal Federal (STF) que confirmou a constitucionalidade da lei representa enorme conquista para as mulheres e para a democracia brasileira. Mas ainda assim a violência persiste.

Apesar da entrada de milhões de mulheres no mercado de trabalho nos últimos 30 anos, a diferença salarial permanece. É urgente a superação das barreiras de gênero. Essa presença no mundo do trabalho traz à tona a urgência da participação das mulheres em termos de acesso a oportunidades e distribuição de poder, decisões, responsabilidades, bens e riquezas.

Em junho de 2012, o Brasil será sede da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável — a Rio + 20. A ativa participação das mulheres e de entidades representativas em favor da igualdade de gênero é componente que pode fazer a diferença. Pensar o desenvolvimento sustentável com a inclusão das mulheres significa reconhecer também o trabalho doméstico, de cuidados e para o autoconsumo, ainda concentrados nas mulheres, como elementos de sustentação da vida cotidiana que devem ser compartilhados pelos homens e por toda a sociedade. O projeto de sustentabilidade com recorte de gênero deve enfrentar com firmeza, também, a redução da morte materna independente da causa que leve ao óbito. É inadmissível que mulheres morram por causas evitáveis.

A autonomia econômica e o desenvolvimento sustentável são temas que a Secretaria de Políticas para as mulheres incorpora com mais intensidade a partir deste Dia Internacional da mulher.

A sustentabilidade tem profunda conexão com as políticas estabelecidas pelo Plano Nacional de Políticas para as mulheres, em que a justiça social e a equidade, referenciais para a eliminação das assimetrias baseadas em relações de poder discriminatórias e desigualdades, são articuladas sob os aspectos econômicos, políticos, sociais, culturais e ambientais. Queremos continuar a invadir o mundo, tornando-o mais igual, autônomo e sustentável.