Universidade ganhará 10 novos equipamentos na 1ª grande expansão depois da inauguração da instituição, em 2007; parte dos recursos será aplicada na construção de prédio da Politécnica
Até 2014, a Escola de Artes, Ciências e Humanidades (Each) da Universidade de São Paulo – a USP Leste – vai ganhar dez novos equipamentos, entre prédios de pesquisa, laboratórios e centro de convenções. Estão previstos R$ 96 milhões para as obras, que representam a primeira grande expansão e investimento após a inauguração da escola, há sete anos.
Hélvio Romero/AEProjeto de expansão foi discutido com lideranças locais, parlamentares e com o reitorO Estado teve acesso ao mapa de projetos. A maior parte deles é voltada para consolidar as necessidades atuais da Each – cuja estrutura é considerada deficiente por alunos – e não contempla expansão expressiva na oferta de vagas na graduação. A USP Leste tem 5.716 alunos nos dez cursos de graduação.
O projeto prevê mais de 38 mil m² em novas construções na unidade, à beira da Rodovia Ayrton Senna, zona leste da capital paulista. Os edifícios vão ocupar a atual área da escola e também um terreno vizinho, de 43 mil m², cedido pelo governo do Estado.
O maior montante, de R$ 30 milhões, está previsto para um prédio da Escola Politécnica, que deve abrigar o novo curso de Engenharia da Computação. O edifício da Poli é a única iniciativa que vai resultar em aumento de vagas da graduação.
O novo curso deve oferecer cerca 60 vagas anuais. Ainda não há prazo para ele ser aberto. “Estamos elaborando a proposta, que talvez seja mais focado em software, em função da necessidade regional. Depois ainda vai passar pela aprovação das instâncias universitárias”, explicou o diretor da Politécnica, José Roberto Cardoso. A presença da Poli na zona leste é uma reivindicação constante desde que a unidade foi inaugurada.
Investimento. O projeto foi debatido com lideranças locais, parlamentares e com o reitor, João Grandino Rodas. O investimento já foi aprovado pela reitoria e equivale a quase tudo que foi gasto na unidade. Até 2011, os repasses da Each ficaram em torno de R$ 110 milhões.
Segundo o diretor da Each, Jorge Boueri, a expansão mostra que o projeto de universidade pública na zona leste deu certo. “A unidade amadureceu, mas de fato a estrutura física não havia seguido a mesma velocidade”, diz.
O cronograma de obras não foi definido, mas a direção quer que até março de 2013 todos as obras já estejam iniciadas e alguma, pronta. O prazo coincide com a comemoração dos dez anos da inauguração da pedra fundamental da escola.
Três obras, segundo a direção, são para atender necessidades pedagógicas identificadas na Each. Haverá um edifício específico para Pesquisa e Extensão, um laboratório de Têxtil, Moda e Mídias (que vai atender dois cursos da graduação), além de um bloco só para a pós-graduação. “Queremos expandir na pós. A unidade não pode ter somente a graduação”, diz Boueri.
A ideia é chegar a 500 alunos na pós-graduação. Hoje, os cinco programas de mestrado da USP Leste têm 242 alunos – 120 regularmente inscritos e 122 como alunos especiais, que fazem só matérias específicas. Mais dois programas de mestrado já foram aprovados.
Outra intervenção é uma reivindicação frequente de um dos cursos da unidade, o de Atividades Físicas. Uma piscina para ser usada como laboratório. Ainda haverá ampliação nas salas de aulas em um bloco de 1 mil m², que deve ser construído ao lado do prédio onde as aulas ocorrem. A superlotação das salas é reclamação frequente.
Demandas. Segundo a direção, o plano de expansão teve preocupação no desenvolvimento da região leste e integração com ela. No novo terreno cedido à universidade, por exemplo, serão instalados um Centro de Convenções de 10 mil m², além de um Centro de Cultura e Exposição. Este último tem projeto de Ruy Ohtake.
Com 1,2 mil m², divididos em três andares, o laboratório do Centro Dia do Idoso é um dos projetos mais aguardados. Deve atender alunos de pelo menos dois cursos, Gerontologia e Atividade Física, mas a ideia é que se torne modelo de atendimento de saúde no Estado.
“É difícil ter esse atendimento especializado ao idoso com a capacidade que o laboratório terá. Atenderemos idosos com limitações cognitivas e físicas mais avançadas, além de oferecer atendimento de manutenção da saúde daqueles que ainda têm autonomia”, explica a coordenadora do curso de Gerontologia, Monica Yassuda.
A construção do laboratório está orçada em R$ 5 milhões, pagos pela USP. A gestão será dividida em parceria com as Secretarias de Saúde e Assistência Social – que terão programas específicos para o equipamento. / COLABOROU FELIPE FRAZÃO