Graduação com formação abrangente destaca-se por formar civis na área de segurança pública e profissionais preparados para formular e analisar políticas de governo na área de defesa.
A UFRJ acaba de formar a primeira turma do curso de Defesa e Gestão Estratégica Internacional (DGEI). A cerimônia de colação de grau dos sete primeiros formandos foi realizada na Faculdade de Letras, no dia 10/04, com a presença do vice-reitor, Antônio Ledo, da pró-reitora de graduação, Angela Rocha, e da vice-decana do CCJE, Vanessa Berner.
Os sete primeiros alunos a terminarem o curso ingressaram na UFRJ em 2010, quando a graduação foi criada e ainda era pouco conhecida. De acordo com a coordenadora do curso, Maria Isabel Sampaio dos Santos, o número aparentemente reduzido de alunos formandos deve-se à novidade do curso.
“As primeiras turmas de cursos inovadores, como o DGEI, normalmente são menores, porque os alunos do Ensino Médio não têm estímulo por parte da família, escola ou mídia, por desconhecimento. À medida que o curso vai ganhando visibilidade, a procura aumenta”, diz.
Segundo a professora, outros integrantes da turma pioneira ainda não colaram grau por não terem cumprido todos os requisitos para a conclusão do curso junto aos demais. Registrando 365 alunos com matrícula ativa, professores das mais diversas áreas e grade curricular com 39 matérias multidisciplinares, a graduação apresenta evasão pequena, menos de 6%.
“O curso foi além do que propuseram. Nunca pensei que em Defesa entrariam também matérias da área da saúde e de meio ambiente. A grade é bem complexa”, afirma Pedro Sá, aluno e orador da turma.
“A área de Defesa, Segurança e Estratégia é um campo complexo de estudo, pois o seu domínio exige a articulação de diversas áreas de conhecimento, tais como Ciência Política, História, Geografia, Direito, Economia, Desenvolvimento, Administração, Gestão, Logística, Meio Ambiente, Saúde e Bioética”, diz Maria Isabel.
Pedro conta que a cerimônia de colação proporcionou aos formandos uma mistura de sensações e afirma que a presença do vice-reitor, da pró-reitora de graduação e da vice-decana do CCJE consolida a aposta certeira da universidade ao permitir a criação do curso.
“A cerimônia foi, sem dúvida, um momento muito importante para a história da UFRJ, e também para os formandos. Foi um misto de medo, alegria e satisfação. Medo diante da aceitação do mercado de trabalho para uma profissão nova, alegria por sermos esses precursores e saber que o Brasil tem se esforçado para evoluir na área de defesa, e satisfação por ver que no final tudo deu certo”, disse.
Formação abrangente é característica da graduação
O curso de Defesa e Gestão Estratégica Internacional da UFRJ tem como objetivo formar profissionais capazes de analisar cenários nacionais, regionais e globais, e seus possíveis desdobramentos na evolução dos negócios e construção de políticas, com o intuito de identificar as oportunidades e avaliar os riscos, traduzindo-os em programas e projetos; formando um profissional apto para formular, coordenar e liderar processos organizacionais e institucionais na área governamental, no setor privado e no terceiro setor.
Dessa forma, os alunos formados em DGEI, possuem uma ampla formação, que permite exercer suas atividades profissionais em diversas funções, que vão de analista de defesa nacional, passando por consultor de mercado de bens e serviços até, posteriormente, professor de Estudos Estratégicos e Segurança.
De acordo com a coordenadora do curso, conforme as turmas forem se formando, será mais fácil definir as áreas em que cada profissional poderá atuar efetivamente. Além disso, uma opção após a graduação é o mestrado nas escolas de alto comando das Forças Armadas, que contam atualmente com três alunos formados na UFRJ. No quesito acadêmico, Pedro Sá afirma que com a formação proposta no curso sente-se preparado para o mercado de trabalho e que superou todas as suas expectativas.
Por DGEI ser um curso único no Brasil, Maria Isabel avalia estes primeiros anos como de muito trabalho para estruturar a grade de maneira coerente com o propósito do curso e diz que apesar do pouco tempo, a graduação já passou por uma reforma curricular, que contou com o apoio dos alunos.
Para direcionar o trabalho dos próximos anos é aguardada a visita de uma comissão de especialistas do MEC para avaliação in loco, além da expectativa para aumentar o quadro de professores permanentes diretamente ligados ao curso.
De acordo com Pedro, o cenário do mercado de defesa nacional é promissor, tendendo a se fortalecer e absorver todos os novos profissionais. Para ele, a turma pioneira marca a história da defesa nacional por serem os primeiros cidadãos civis formados na área de segurança. O formando destaca, ainda, que um número muito expressivo de alunos atua em laboratórios de pesquisa da Escola de Guerra Naval. “Na área acadêmica sempre surgem boas oportunidades”, ressalta.
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Por Diane Dias
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