UFV assina convênio com Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Uma nova perspectiva se abriu para parte da Zona da Mata mineira, na última segunda-feira (26), quando a UFV, por meio da Fundação Arthur Bernardes (Funarbe), assinou um convênio com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). O convênio prevê a elaboração de um Plano Estratégico de Desenvolvimento Econômico Territorial para as 33 cidades que integram as associações dos municípios da microrregião do Vale do Piranga (Amapi) e da Zona da Mata Norte de Minas Gerais (Amman). A elaboração do plano ficará a cargo do Instituto de Políticas Públicas e Desenvolvimento Sustentável da UFV (IPPDS).

A cerimônia de assinatura aconteceu, em Belo Horizonte, no auditório do Banco do Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), e contou com a presença do ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges Lemos. Ele ressaltou a importância da iniciativa para retomar o crescimento de uma das regiões mais antigas de Minas Gerais, que viveu uma parte importante dos ciclos do ouro e do café, mas que hoje está em crescente processo de regressão econômica.

O ministro considera que o convênio assinado pela UFV traz um diferencial para que dê certo: reúne todas as instituições importantes para um plano de desenvolvimento. Para ilustrar, destacou as presenças registradas na cerimônia: “Está aqui a Universidade Federal de Viçosa, que é a base do conhecimento para que se tenha um plano de desenvolvimento de alta qualidade. Mas, junto com ela, estão os prefeitos, que são a força política da região e sem os quais não se tem como implementar um plano de desenvolvimento. Estão aqui também as lideranças políticas – deputados federais e estaduais e vereadores – e os governos estadual e federal. O Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) está presente, com a sua instituição, que é ABDI, que vai executar o projeto junto com a Universidade”. Enfim, segundo o ministro, o convênio reúne “todos os instrumentos críticos para que o plano não seja só uma carta de intenções, mas consiga ter efetividade com projetos industriais e rurais para a região”.

Na avaliação da reitora Nilda de Fátima Ferreira Soares, o Plano Estratégico representa uma perspectiva de retomada do caminho e da qualidade de vida da população dos 33 municípios envolvidos. Durante a cerimônia, ela afirmou que “a UFV estará nesse projeto com toda determinação e fará um trabalho muito sério que, com certeza, gerará resultados promissores”.

A reitora lembrou a preocupação histórica da Universidade com o desenvolvimento de seu entorno revelado desde 1929, quando iniciou a Semana do Fazendeiro que, até hoje, leva aos agricultores caminhos e orientações para a produção agrícola. E é isso que a UFV pretende com o Plano de Desenvolvimento Estratégico: “achar caminhos, tecnologias e inovações para que os municípios possam encontrar o melhor na sua potencialidade e crescerem”. A reitora destacou o papel da UFV no cerrado, para o qual lançou diversas variedades de soja.

Parafraseando a presidente Dilma Rousseff, na última reunião com reitores das universidades, a professora Nilda chamou a atenção para o fato de que cabe às instituições de ensino superior gerar as tecnologias e inovações e que é preciso que elas atuem em parceria com o sistema produtivo do país, com as empresas e os municípios. “É isso que a UFV faz há muitos anos”, disse.

Além do ministro e da reitora, assinaram o convênio o diretor da ABDI, Otávio Silva Camargo; a diretora do IPPDS, Suely de Fátima Ramos Silveira, e o diretor-científico da Funarbe, Raul Narciso Carvalho Guedes. Ao lado deles, à mesa, estavam o vice-reitor da UFV, Demetrius David da Silva; o deputado federal Nilmário Miranda; o deputado estadual Paulo Lamac; o diretor presidente do BDMG, Matheus Cotta de Carvalho; o diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fapemig e ex-reitor da UFV, Evaldo Ferreira Vilela; o presidente da Amapi, Celso Cota (prefeito de Mariana); o presidente da Amman, Sebastião Hilário Bitencourt (prefeito de Cannã), e o coordenador do projeto, Paulo Augusto Malta Moreira (prefeito de Ponte Nova).

Sobre o convênio

De acordo com a coordenadora técnica do convênio, professora Suely de Fátima Ramos Silveira, diretora do IPPDS, o Plano Estratégico de Desenvolvimento Econômico Territorial “poderá se constituir no primeiro passo para uma reação efetiva da região, na medida em que pretende constituir um instrumento de política pública especialmente formulado, com o esforço intelectual e engajamento político suficientes”. Ela explica que as ações se dividirão em três fases: a definição do plano de trabalho; os estudos de avaliação de situação e da elaboração do diagnóstico prospetivo e de viabilização de implantação de agroindústrias – que serão desenvolvidos pelo IPPDS -, e a elaboração final do Plano.

O projeto, que envolve cerca de R$ 400 mil a serem investidos em oito meses, será coordenado pelo prefeito de Ponte Nova, Paulo Augusto Malta Moreira, a quem caberá fazer a interlocução entre a UFV/IPPDS, a ABDI e os municípios.

 

Adriana Passos – Divisão de Jornalismo (UFV)

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