UFSC investe mais de R$ 6 milhões em infraestrutura na Fazenda Experimental Ressacada

Investimentos da ordem de R$ 6 milhões vem sendo aplicados em obras de infraestrutura de ensino, pesquisa e extensão na Fazenda Experimental Ressacada, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Já estão em operação um novo bezerreiro, um centro de manejo de gado de corte e infraestrutura de manejo de água. Além disso foram finalizadas as obras de um novo reservatório e a construção e revitalização do galpão de máquinas e de armazenamento de insumos e equipamentos. Outros projetos estão em desenvolvimento, como a construção de um galpão para os cursos do Departamento de Fitotecnia, um centro de manejo de ovinos e obras da subestação e infraestrutura da rede de energia, de telecomunicações e circuito fechado de TV.

A maioria das obras ficaram prontas em 2014. “A Fazenda recebeu investimentos importantes. Hoje o local conta com uma estrutura mais adequada à diversidade de projetos executados por professores, técnicos e estudantes. Muitas pessoas trabalharam e continuam trabalhando para que estas mudanças se tornassem realidade, atendendo a uma demanda legítima da comunidade do CCA”, salienta a reitora Roselane Neckel.
Crescimento pela qualidade

O diretor do Centro de Ciências Agrárias (CCA), José Carlos Fiad Padilha, destaca que, após uma avaliação baixa do curso de Agronomia entre os anos de 2008 e 2012, o Centro priorizou os investimentos na Fazenda, com a implantação de novas unidades e mais recursos humanos. “Abrimos mão de algumas necessidades aqui do centro, para que a Fazenda fosse prioritária. Com isso, na avaliação seguinte, conseguimos o conceito máximo (5) para o curso e desde então estamos sendo muito bem avaliados”, salienta Padilha.

Desde então, foram instaladas unidades de ovinocultura, e recentemente a Fazenda finalizou uma boa estrutura de bovinocultura, com o novo bezerreiro e o projeto de manejo de gado de corte. As necessidades de crescimento da Fazenda demandaram a obra, já em execução, da ampliação da rede de energia e do manejo de água. Além disso, em 2013, em um acordo com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e o Governo do Estado de Santa Catarina para a ampliação do Aeroporto Internacional Hercílio Luz, a UFSC cedeu um espaço de 47,8 hectares por uma área equivalente, pertencente ao Centro de Formação e Aperfeiçoamento da Celesc (CeFA).

Atualmente a Fazenda é utilizada como suporte para várias disciplinas dos cursos de graduação em Agronomia, Engenharia de Aquicultura e Zootecnia, além de programas de pós-graduação em Recursos Genéticos Vegetais, Ciência de Alimentos, Aquicultura e Agroecossistemas, entre outros. “A Fazenda da Ressacada é um apoio muito importante para nós, e para o Brasil. O país precisa de pessoas com treinamento de alto nível, para desenvolver novas tecnologias, e ganhar o mercado. Assim, com ensino e pesquisa de qualidade, poderemos melhorar as produções”, conclui o diretor Padilha.

Investimentos CT-Infra
Dois projetos terminados em 2014, o Centro de Manejo de Gado de Corte e o de Manejo de Água, foram custeados, em parte, com apoio do CT-Infra – programa da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), criado para viabilizar a modernização e ampliação da infraestrutura e dos serviços de apoio à pesquisa. Foram investidos recursos CT-Infra da ordem de R$ 470 mil.

“O funcionamento desta estrutura irá certamente melhorar muito as condições da pesquisa, além de incrementar a estrutura da Fazenda Ressacada como um todo”, ressalta o pró-reitor de Pesquisa, Jamil Assreuy. A Propesq, por meio do Departamento de Projetos e sua Coordenadoria de Projetos Institucionais realizou a gestão dos recursos CT-Infra para as novas construções, e para a aquisição de cinco máquinas agrícolas para pesquisas agroambientais na Fazenda.

Infraestrutura como diferencial
O médico veterinário da Fazenda Ressacada, Thiago Mombach, explica que toda semana a área recebe um número expressivo de estudantes de graduação, além de projetos de pesquisa e extensão. “A Fazenda é extremamente produtiva na área científica. No último semestre, só a área de ovinos recebeu mais de 30 aulas práticas. Com bovinos e equinos temos aulas toda semana. Em pesquisa, são seis experimentos acontecendo simultaneamente. Recentemente recebemos 60 agricultores de um projeto do Ministério do Desenvolvimento Agrário para capacitar produtores de tabaco em ovinocultura e produção de hortaliças”, enumera Mombach. “A fazenda está em plena ebulição, bem conectada com a realidade rural, crescendo de acordo com o mercado e com as necessidades de ensino, e tentando se posicionar sempre à frente em termos de conhecimento e de estrutura”, complementa o médico veterinário.

Os projetos com animais tiveram um importante avanço em 2014 com a finalização das obras de bovinocultura. Outras duas estruturas – um centro de ordenha para bovinos, que aguarda recursos, e um centro de manejo de ovinos, já em construção – estão previstas.

As estruturas finalizadas contam com conceitos modernos de instalações rurais, explica o professor Luiz Carlos Pinheiro Machado Filho, responsável pelos projetos com bovinos. “Hoje estamos muito bem servidos, planejamos instalações abertas com vistas a receber o sol – principal instrumento de sanidade animal. Todas as instalações levam em conta o que a ciência apresenta de mais moderno, tanto em termos de bem-estar animal, orientação solar, comportamento animal, e a ergonomia do ser humano que vai trabalhar aqui”, detalha Pinheiro Machado.

O Centro de Manejo de Gado de Corte, em especial, foi planejado para possibilitar o trabalho com animais de grande porte de forma confortável, interligado via internet com os sistemas de ensino e pesquisa da UFSC. O Centro conta, ainda, com um laboratório básico de reprodução, onde é possível manter amostras para inseminação dos animais, realizar análise de sangue, fezes, urina e fluido ruminal.

Outro investimento também finalizado em 2014 foram as obras de manejo de água. O engenheiro agrônomo Nuno de Campos Filho, coordenador técnico da Fazenda, explica que as novas estruturas são de grande importância para as atividades desenvolvidas tanto com lavouras como no trato com os animais. “Temos aqui um solo muito arenoso, com um lençol freático bastante superficial, além de estarmos com pouca altura em relação ao mar e às áreas de mangue. Sem esse investimento tínhamos problemas sérios de alagamento com a subida das marés e excesso de chuvas, e, nos períodos de seca, também”, ressalta. Com o sistema recém-implantado de drenagens, será possível controlar a altura da água no solo, a hidratação do solo ideal para pastos e lavouras, além de manter um grande reservatório de água para a instalação, em breve, de um sistema de irrigação.

O investimento mais significativo é o de expansão elétrica e de dados da Fazenda. São mais de R$ 3 milhões investidos na construção, em andamento, de uma subestação e de toda a infraestrutura subterrânea de rede de energia elétrica, além de infraestrutura de telecomunicações e circuito fechado de TV. Com a finalização dessas obras será possível levar energia elétrica estável e rede telefônica e de internet para toda a Fazenda, o que reflete nos projetos de irrigação e na utilização de laboratórios como os que estão sendo colocados no Centro de Manejo de Gado de Corte.


Mayra Cajueiro Warren
Jornalista/Diretoria-Geral de Comunicação