Os funcionários técnico-administrativos da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) decretaram greve por tempo indeterminado a partir desta sexta (21). O objetivo é pedir o fim dos “supersalários” pagos a professores e integrantes da reitoria.
De acordo com a lista divulgada pela instituição após determinação da Justiça, cerca de mil servidores ganham acima do teto constitucional, que no Estado de São Paulo tem como referência o salário do governador Geraldo Alckmin (PSDB), de R$ 21,6 mil.
O reitor José Tadeu Jorge é um deles. Ele aparece na lista com duas matrículas, uma delas com salário bruto de R$ 14,9 mil e a outra com R$ 35 mil. Somadas, as remunerações sem descontos superam o total pago ao governador paulista.
A decisão pela greve foi tomada em assembleia realizada na tarde desta quinta (20). Cerca de 200 servidores se reuniram em frente ao prédio da reitoria e decidiram pela paralisação. Um protesto com panfletos divulgando os salários foi armado em um varal.
Os funcionários técnico-administrativos são todos aqueles que não são professores. Segundo a direção do sindicato dos servidores, são 8.527 em todos os campi: Campinas, Limeira, Piracicaba, e centro de pesquisa em Paulínia e escritórios em São Paulo.
Estão incluídos servidores administrativos do Hospital das Clínicas da Unicamp, em Campinas, da própria universidade (inclusive da reitoria), funcionários de laboratórios, entre outros. A direção da Unicamp não se manifestou sobre o assunto.
Além do fim dos supersalários, os funcionários pedem a isonomia salarial em relação aos funcionários de outras instituições, como os da USP. O calendário para aplicação da isonomia, segundo o sindicato, foi descumprido pela reitoria.
VENCESLAU BORLINA FILHO – FOLHA DE SÃO PAULO