Em meio a dificuldades financeiras, a USP decidiu congelar (contingenciar) 20% da verba de custeio e investimento para este ano.
Segundo informe distribuído internamente, a principal fonte dos recursos da universidade (o ICMS) está 3,9% menor de janeiro a julho deste ano em relação a 2014, em termos reais (descontada a inflação).
A maior parte da verba da USP vem de uma parcela desse imposto (5% referente à cota estadual), repassada pelo governo do Estado.
A reitoria da instituição espera economizar R$ 114 milhões com esse congelamento. A escola deve receber R$ 4,6 bilhões neste ano.
O reitor da universidade, Marco Antonio Zago, afirmou que o congelamento de 20% dos recursos não terá impacto significativo no cotidiano da instituição. Segundo ele, as unidades possuem recursos não-utilizados de períodos anteriores, que podem suprir eventuais carências.
Desde o ano passado, a instituição vem cortando despesas, após a folha de pagamento chegar a consumir 106% do seu Orçamento (fruto de aumentos salariais e contratações).
Grandes obras e contratações estão suspensas desde 2014. No começo deste ano, um plano de demissão voluntária abrangeu cerca de 5% dos técnicos-administrativos. Ainda assim, a universidade gasta mais do que recebe (102%) apenas com folha de pagamento.
As dificuldades financeiras, porém, não foram suficientes para tirar a hegemonia da USP nos rankings universitários. No RUF (Ranking Universitário Folha), por exemplo, ela chegou a ampliar seu domínio: foi a melhor em 29 dos cursos de graduação avaliados, ante 20 no ano anterior.
FÁBIO TAKAHASHI – FOLHA DE S. PAULO