UFPE – Professora da FDR publica livro sobre mulheres encarceradas

A professora Valéria Cavalcanti Lins, da Faculdade de Direito do Recife (FDR), da UFPE, lança em 23 de novembro, às 19h, seu livro “Mulheres encarceradas, vínculos e relacionamentos: articulações com dispositivos de saber e poder”, pela editora Bagaço. O evento será no Salão Nobre da FDR. Na ocasião, haverá uma palestra promovida pela autora e sessão de autógrafos.

O lançamento é aberto ao público, mas alunos da FDR podem se inscrever para ganhar duas horas de atividades complementares pelo e-mail lancamentolivrofdr@gmail.com. O e-mail deve ser enviado até 18 de novembro e as vagas, neste caso, são limitadas.

Resumo

Trata-se de uma obra em que a autora problematiza as condições existentes no ambiente prisional de mulheres, tomando como principal referencial teórico as contribuições de Michel Foucault e outros autores pós-estruturalistas, que apresentam novos modos de conceber a interpretação, com críticas à profundidade do discurso. A autora descreve a rotina carcerária, apresentando uma análise descritiva dos discursos das próprias encarceradas e dos funcionários (participantes da pesquisa) que com elas lidam no cotidiano, além dos seus gestos, falas, hábitos, atitudes, escutas verbais e registro de olhares, sinais e outras manifestações como parte desse discurso. A obra apresenta ainda, dentre outras investigações e constatações, como os micropoderes constituídos no ambiente carcerário, em epígrafe, o Presídio Feminino de Recife, como se exercem as estratégias de adestramento, controle e vigilância hierarquizada dos vínculos afetivos e relacionamentos daquelas mulheres. A partir do conhecimento de como os mecanismos usados pelo saber/poder atuam sobre os vínculos afetivos e os relacionamentos das mulheres encarceradas e, sabendo que a ausência ou a presença da família influencia o ajustamento psicossocial destas, esta obra visa ainda propor aos órgãos competentes um trabalho institucional de apoio e assistência a elas e aos seus familiares e instigar o leitor a uma análise de como, apesar de alguns séculos de prisão, continuamos presos ao passado, mesclando o presente de experiências mal sucedidas.

Ascom – Universidade Federal de Pernambuco