A total restauração e entrega à comunidade acadêmica para fins didáticos e de pesquisa do primeiro piso do Laboratório Termohidrelétrico (LTHE) foi o ponto alto das comemorações do 102º. aniversário de fundação da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), ocorrido no último dia 23 de novembro. Sob a coordenação do professor Roberto Alves, o LTHE passa, também, a estar inserido no conceito de museu “vivo”, ou seja, irá receber visitas da comunidade externa à Unifei. Alguns dos seus bancos de ensaios estão disponibilizados para aulas dos cursos de graduação da Universidade. A iniciativa está a cargo da atual administração da Unifei, comandada pelo reitor, professor Dagoberto Alves de Almeida, como parte do projeto de recuperação do patrimônio histórico da instituição e de sua memória.
O LTHE foi pioneiro na sua modalidade na América Latina, tendo inclusive se tornado modelo ao capacitar profissionais de outras instituições de ensino superior interessadas em adquirir e montar instalações similares. Abrigado desde a sua inauguração, em 1928 em um dos edifícios da antiga sede da Unifei, no centro de Itajubá, o laboratório ocupa uma área de aproximadamente 570 metros quadrados, sendo 300 metros quadrados no primeiro pavimento e 270 metros quadrados no segundo pavimento. É constituído, na sua maioria, de equipamentos originais importados da Suíça, que compõem uma central hidroelétrica que pode ser colocada em paralelo à rede local.
O projeto prevê a total recuperação das máquinas, circuitos e da estrutura predial do LTHE. O professor Roberto Alves explicou que o LTHE envolve quatro laboratórios no mesmo espaço físico. No térreo estão localizados o Laboratório de Simulação de Centrais Hidrelétricas e o de Central Termelétrica, que conta com um motor Diesel marítimo da Sulzer, que será o motor mais antigo desta fabricante em operação no mundo. No segundo piso do prédio estão os laboratórios de Mecânica dos Fluídos (água) e Mecânica dos Fluídos (ar).
A equipe que está à frente dos trabalhos de restauração do laboratório é composta pelo próprio professor Roberto Alves (coordenador) e pelos professores Edson Bortoni, Oswaldo Honorato, Zulcy de Souza, Sebastião Varella e Augusto Nelson Viana, estes três últimos já aposentados da Unifei.
“A atual administração da Unifei está muito orgulhosa em colocar em operação o LTHE, após um período de inatividade de quase 30 anos, visto que essa verdadeira joia da engenharia corria o risco de se perder. A restauração do laboratório é uma ação efetiva em prol da história que nos fez o que somos, peça fundamental de nossa identidade cultural”- salientou o reitor Dagoberto de Almeida.
O dirigente universitário destacou ainda que “o nome de excelência que a Unifei ainda desfruta é decorrente do nosso diferencial em sempre priorizar o ensino prático”. O reitor acrescentou que uma das missões de sua administração “está centrada no resgate e valorização do ensino prático por meio de recursos humanos, equipamentos e instalações laboratoriais condizentes com a reputação da Unifei”.
Durante a solenidade de entrega à comunidade acadêmica, os professores aposentados da Universidade Zulcy de Souza, Fredmarck Leão e Ernesto Meduna relembraram com emoção os momentos por eles vividos dentro do Laboratório e reverenciaram a memória do professor Richard Bran, antigo docente da instituição que imigrou da Alemanha para o Brasil, sendo o pioneiro do LTHE.
As comemorações do 102º. aniversário da Unifei contou também com a tradicional cerimônia de aposição de flores no mausoléu do fundador da instituição, Theodomiro Carneiro Santiago, e com a inauguração de retratos na galeria dos professores titulares aposentados em 2015, ocorrida no salão de atos do casarão histórico, onde a Universidade foi fundada, no centro de Itajubá, em 23 de novembro de 1913. Este ano tiveram seus retratos inaugurados na galeria os professores José Célio Dias, José Eugenio Rios Ricci, José Wanderley Marangon Lima e Marco Antônio Rosa do Nascimento.
Secretaria de Comunicação – Universidade Federal de Itajubá