Mudanças no programa de internacionalização da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) foi tema do Seminário Regional Nordeste, que aconteceu durante a reunião regional do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Pós-Graduação e Pesquisa (Foprop), na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), nesta terça-feira, 8 de março. Na ocasião, a diretora de Relações de Internacionais da Capes, Concepta Pimentel Margaret McManus apresentou o novo programa que o órgão está desenvolvendo para aumentar a qualidade da produção científica nas universidades. Estiveram presentes pró-reitores e diretores de relações internacionais de universidades do Nordeste.
A presidente da Andifes, reitora Ângela Paiva Cruz (UFRN), que presidiu a mesa, disse que a Capes tem trabalhado para formatar um programa de apoio à internacionalização das universidades, mas que este processo deve ser matéria e decisão da própria universidade. Segundo a presidente o esforço é a construção de estratégias consistentes de internacionalização com metas de médio e longo prazo. “Nós queremos apoiar esse processo, e para isso, as instituições devem envolver as pró-reitorias e planejar um projeto de internacionalização com foco na excelência acadêmica, da pesquisa à pós-graduação”, explicou.
Segundo a diretora da Capes, 63% dos pesquisadores brasileiros nunca fizeram pesquisa no exterior. “Temos pessoas excelentes, mas precisamos dar oportunidade para elas se mostrarem”, explicou. Concepta afirmou que o fator de impacto das publicações dos pesquisadores brasileiros em revistas científicas é de 0,86, enquanto a média mundial é de 1. Quando são realizadas pesquisas em parceria com outros países, o fator de impacto aumenta consideravelmente.
Para ela, no entanto, a mobilidade é apenas uma parcela do processo de internacionalização. “É preciso pensar na internacionalização como um método para chegar a algum lugar e não como um fim em si”, defendeu. Em seguida, Concepta apresentou o questionário de dimensionamento das necessidades para a internacionalização das instituições de ensino superior brasileiras, que deve ser preenchido pelas universidades até 4 de abril.
O objetivo da consulta é aprimorar as políticas de fomento à pesquisa e tornar o processo mais flexível, facilitando o remanejamento de verbas dentro da própria universidade. Para o reitor Anísio Brasileiro, a consulta vai exigir uma mudança de cultura e um trabalho integrado das Pró-Reitorias para Assuntos de Pesquisa e Pós-Graduação e das Diretorias de Relações Internacionais das instituições, em conjunto com os professores e coordenadores das pós-graduações. “Estamos diante de uma grande oportunidade para exercitar a autonomia universitária”, disse o reitor da UFPE.
O evento foi organizado pela regional Nordeste do Foprop, coordenada pelo pró-reitor para Assuntos de Pesquisa e Pós-Graduação da UFPE, Ernani Carvalho, e teve a participação da secretária executiva da Diretoria Executiva do Foprop, Tereza Cartaxo, pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa da Universidade de Pernambuco (UPE).
Ascom/Andifes, com informações da Ascom-UFPE.