A sede da UNIFAL-MG esteve movimentada na manhã desta segunda-feira, 03/04, com o início do semestre letivo e também das comemorações dos 103 anos de fundação institucional.
O grupo Madrigal Renascentista da Universidade abrilhantou o momento do hasteamento das bandeiras ao interpretar o Hino Nacional seguido do Hino Oficial da UNIFAL-MG.
Na sequência, os convidados se dirigiram ao auditório Dr. João Leão de Faria para prestigiar o Jubileu de Ouro do curso de Odontologia. Recebendo as boas-vindas do diretor da Faculdade de Odontologia, Prof. Edmêr Silvestre Pereira Júnior, os ex-alunos da turma de 1966 foram agraciados com certificados de Honra ao Mérito, entregues pelo reitor, Prof. Paulo Márcio de Faria e Silva.
“Eu queria manifestar, em nome da Universidade, o orgulho que a gente sente de vocês, ex-alunos, porque é uma convicção muito grande de que o nome e a qualidade da Universidade se dão exatamente também pelo resultado do produto que é formado na Universidade. Então, os ex-alunos são as nossas maiores testemunhas do ensino de qualidade, da seriedade que todos os membros desta Instituição, de todos aqueles que aqui estão e de todos aqueles que já passaram por aqui; inclusive, faço referência ao paraninfo de vocês, Hélio de Souza, que dirigiu por três vezes essa Instituição, reconhecendo em nome de todos eles, o esforço e a dedicação que permitiram que a Universidade chegasse aos dias de hoje”, disse o reitor na oportunidade.
Após a homenagem aos egressos do curso de Odontologia, o secretário executivo da Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Gustavo Henrique de Sousa Balduíno, foi convidado a ministrar a palestra que integrou as atividades comemorativas.
“Universidade Federal: História e Perspectivas”
Ao iniciar o tema “Universidade Federal: História e Perspectivas”, o convidado fez questão de saudar a UNIFAL-MG. “Quero cumprimentar, de forma especial, a comunidade dessa instituição singular, que combina e facilita a nossa fala sobre o tema, pois combina tradição, combina pioneirismo com jovialidade, com qualidade, com disposição de romper fronteiras, como ouvimos hoje, já citado aqui, uma Escola que começou com dois cursos e hoje tem no mínimo três campi e vários cursos de graduação e pós-graduação”, ressaltou Gustavo Balduíno.
Há 24 anos atuando na Andifes, Gustavo compartilhou sua experiência em contato com cerca de 200 reitores que passaram pela Associação durante o período. “Para falar de história, nós temos que ter claro que a história não é uma ciência objetiva. Ela depende da interpretação e a interpretação depende de onde você olha os fatos, e quem está olhando os fatos. Portanto, eu não tenho a pretensão de trazer aqui um conjunto de verdades ao analisar a história e tampouco ao falar sobre as perspectivas do futuro”, disse, afirmando que compartilharia a sua interpretação dos fatos.
O convidado percorreu a história do Ensino Superior no Brasil, destacando o processo evolutivo e “incremental” que caracteriza a universidade pública no país. “O processo histórico é determinante para entender onde estamos e, sobretudo, onde poderemos chegar”, salientou.
Discorrendo sobre as características do sistema do Ensino Superior no Brasil a partir da vinda da Corte Real Portuguesa, Gustavo disse que até aquele momento não havia debate sobre Ensino Superior no país e que quando foi constituído, era limitado à criação de faculdades de determinadas profissões, como Faculdade de Medicina, Faculdade de Direito e Faculdade de Engenharia. “O Estado tinha total controle sobre esse Ensino Superior”, afirmou.
Conforme o palestrante, durante muitos anos, essa foi a forma de estruturar o Ensino Superior, até que no final do século houve a Proclamação da República, que mudou substantivamente a sociedade brasileira. “Essas mudanças começaram a trazer debates para o Brasil em ter um Ensino Superior diferenciado daquele que nós tínhamos, mas também no conceito de universidade”, narrou, dizendo que foi nesse período que se começou a falar de ciência no país.
Gustavo também falou sobre Ensino Básico e sobre a necessidade de haver financiamento adequado para a sustentação da universidade pública no país. De acordo com ele, vendo pertinência, a sociedade tem que entender a importância da educação na hora de alocar recursos.
As atividades desta segunda-feira, das comemorações dos 103 anos, envolveram também a abertura da exposição “Outros Olhares” que reúne fotos de paisagens tiradas pelo Prof. Paulo Márcio de Faria e Silva durante suas viagens e, ainda, divulgação da programação de acolhida aos calouros feita pelos próprios alunos veteranos.
Os eventos de integração acontecem até o dia 19/04 em todos os campi da UNIFAL-MG.