Unifei realiza I Simpósio de Educação Inclusiva em Itajubá

O I Simpósio de Educação Inclusiva, realizado na Universidade Federal de Itajubá (Unifei) foi promovido pelo grupo de pesquisa Núcleo de Estudos em Formação Docente, Tecnologias e Inclusão (Nefti) e pela Divisão de Assuntos Comunitários (DAC) da Unifei, em parceria com a Escola Estadual de Educação Especial Novo Tempo de Itajubá.

 Participaram do evento professores da educação básica, do ensino superior e do atendimento educacional especializado, além de alunos de graduação e pós-graduação, pesquisadores, profissionais de diversas áreas e demais pessoas interessadas.

 Os objetivos do Simpósio foram contribuir para o fortalecimento da formação inicial e continuada de professores no que tange a perspectiva inclusiva; dialogar sobre os avanços e retrocessos da inclusão educacional na perspectiva da educação inclusiva; oportunizar a troca de experiências e estratégias relacionadas às práticas pedagógicas inclusivas desenvolvidas em sala de aula e reunir pesquisadores, professores e licenciandos para discutir e refletir sobre o processo de inclusão educacional.

 Segundo a professora Dra. Paloma Alinne Alves Rodrigues Ruas, do Nefti/ Instituto de Física e Química (IFQ) da Unifei, a Universidade realiza anualmente o Seminário de Inclusão, que possui uma vertente mais ampla na qual são envolvidas três temáticas: questões de gênero, questões étnico-raciais e inclusão de pessoas com deficiência. “Todavia, observou-se a necessidade de discutirmos com maior profundidade a inclusão de pessoas com deficiência na Educação Básica e no Ensino Superior. Logo, o Simpósio de Educação Inclusiva busca justamente suprir essa lacuna”, explicou Paloma.

Atividades

 A Sessão Solene de Abertura contou com uma apresentação cultural do Coral da Unifei, a composição da mesa com a presença do professor Dagoberto Alves de Almeida, reitor da Universidade e a conferência “A formação de professores e práticas curriculares na perspectiva da educação inclusiva” foi proferida pela professora Dra. Márcia Denise Pletsch, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), no Auditório Professor João Luiz Carneiro Rennó (Elétrica), no qual aconteceram as principais atividades do evento. Na sequência, foi servido um coquetel aos participantes.

 Foi realizada uma mesa redonda sobre “Avanços e Perspectivas das Políticas Públicas relacionadas à Inclusão Educacional”, que teve como convidadas Ana Regina Carvalho, da Diretoria de Educação Especial do Estado de Minas Gerais, para falar sobre “Educação Especial na Perspectiva Inclusiva”, e a professora Dra. Mônica Pereira dos Santos, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que tratou do assunto “O Plano Nacional de Educação 2014-2024 e a temática da inclusão”. A mediação foi feita pela professora Silvia Renata Teixeira Rodrigues, diretora da Superintendência Regional de Ensino em Itajubá.

 A segunda mesa redonda teve como tema “A Inclusão de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA)”. Participaram dela a Dra. Renata de Lima Velloso, da Nexo Intervenção Comportamental, de São Paulo, que falou sobre a “Linguagem nos Transtornos do Espectro do Autismo”; a professora Dra. Angela Di Paolo Mota, do Instituto Singularidades, que abordou a “Identificação de sinais de risco para Transtornos do Espectro de Autismo na 1ª infância: o protocolo IRDI”, e a Dra. Maria Clara Nassif, diretora da Cari – Psicologia e Educação, que tratou sobre “Modalidades de intervenção para crianças típicas e atípicas: suas fronteiras e particularidades”. A mediação ficou a cargo da professora Dra. Eliane Matesco Cristóvão, do Instituto de Matemática e Computação (IMC) da Unifei.

 A palestra sobre formação de professores foi proferida pela professora Dra. Valdelúcia Alves da Costa, da Universidade Federal Fluminense (UFF), que tratou do tema “Educação e Formação: desafios à inclusão escolar e à prática docente”. Aconteceu também uma apresentação de trabalhos, em pôsteres, no hall do IESTI e do ISEE.

 A terceira mesa redonda do evento tratou sobre “A escolarização de alunos com Deficiência Intelectual”, contando com as participações das professoras Dra. Miriam Segin, da Faculdade Sumaré, de São Paulo, que falou sobre a “Alfabetização de crianças com Deficiência Intelectual”, e Dra. Ana Lúcia Manrique, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), que tratou do assunto “Atendimento Educacional Especializado: avanços e entraves”. A mediação ficou por conta da professora Msc. Thamiris Daniel dos Santos, que atua na Diretoria de Assistência Estudantil (DAE) e no Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI), ambos da Unifei, bem como na Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas do Sul de Minas (Facesm), também em Itajubá.

 O Coral Infantil da Escola Municipal Professora Isaura Pereira dos Santos fez uma apresentação no hall do Iesti e do ISEE. E a quarta mesa redonda tratou sobre “Inclusão no Ensino Superior”, com as participações dos professores Dr. Leonardo Cabral, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), que discorreu sobre “Direitos Humanos e Ações afirmativas: a reserva de vagas para pessoas com deficiência no ensino superior brasileiro”, e Dra. Rosimeire Maria Orlando, também da UFSCar, que tratou do tema “Política de Ações Afirmativas e a inclusão no ensino superior: a experiência da UFSCar”. A mediação foi feita pela professora Dra. Paloma Alinne Alves Rodrigues Ruas, do Nefti/ IFQ, da Unifei.

 A segunda palestra do evento foi feita pela professora Dra. Rosemeire Rangni, da UFSCar, sobre “Altas Habilidades/Superdotação em tempos de inclusão”. O encerramento do I Simpósio de Educação Inclusiva da Unifei foi feito com uma análise do evento realizado e de perspectivas, sob a responsabilidade das professoras Paloma e Neide Ribeiro Hiene, diretora da Escola Estadual de Educação Especial Novo Tempo, e de Tiago Vitoi Esaú Ribeiro, diretor da Divisão de Assuntos Comunitários (DAC) da Unifei.

Avaliação

 Segundo a professora Paloma, foram atingidas as 200 inscrições previstas para o Simpósio e, ainda, houve pessoas que estavam inscritas na lista de espera. Para a participação no evento foram submetidos 42 trabalhos, dentre os quais 36 foram escolhidos, sendo alguns de autoria de professores de escolas públicas. Eles trataram de temas como estratégias pedagógicas inclusivas, estudos de casos, análises de periódicos da área de educação e educação em ciências e o trabalho do intérprete de Libras nas escolas, entre outros.

 Para Paloma, o aspecto mais relevante do Simpósio é que ele contou com uma grande participação dos professores da rede pública de ensino, tanto de Itajubá como de outras cidades. “Verifica-se que esses professores estão em busca de conhecimento relacionados à inclusão educacional”, disse. Para ela, “é comum encontrar nos eventos professores do ensino superior, pesquisadores, alunos de graduação e pós-graduação, todavia observa-se que nem sempre os professores da Educação Básica estão presentes”.

 A professora destacou que “uma parcela do sucesso do evento é fruto de um trabalho que foi desenvolvido pelos alunos da Unifei, uma vez que foram responsáveis pela dinâmica do evento”.

Oficinas

 O evento contou ainda com várias oficinas, como a de “Língua Brasileira de Sinais (Libras) na Escola”, conduzida pelo professor Vicente Alves, no Auditório 1 do IFQ, e a que tratou de “Fatores emocionais que interferem no processo de aprendizagem”, com as psicólogas Larissa Virginio dos Santos e Tatiane Isabel da Silva, no Laboratório de Ensino de Física, também no IFQ.

 A oficina sobre “A importância do estímulo no desenvolvimento humano” foi conduzida pela terapeuta ocupacional Fernanda Aparecida Silva Rosa e pela fisioterapeuta Pollyana Ribeiro Vianna, no Laboratório de Formação do Centro de Educação da Unifei (LabFor/Ceduc). Já a fonoaudióloga Gislene Aparecida Barros Rodrigues Tonisi ministrou a oficina sobre “O Transtorno do Espectro Autista (TEA) na Escola”, no Auditório 14 do IFQ.

 A oficina sobre “Deficiência Intelectual: Estudo de Casos” foi conduzida pela Dra. Rosana Francisquini, no Centro de Estudos em Qualidade Ambiental (Cequam), e a oficina “Corpo em Movimento”, pelo professor Dr. Luiz Antonio Souza de Araújo, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), no Centro de Educação Física e Esportes (Cefe) da Unifei.

Fonte: Ascom UNIFEI