Foram cumpridos 36 mandados em três estados; grupo cobrava até R$ 90 mil por vaga
BRASÍLIA — A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) realizaram, nesta quarta-feira, uma operação para desarticular um grupo suspeito de fraudar provas de concursos públicos e de vestibulares, incluindo o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A suspeita é de que a quadrilha tenha fraudado provas do Enem de 2016 e de 2017. Segundo as investigações, as provas mais visadas eram as de cursos de medicina, quando eram cobrados até R$ 90 mil por vaga.
Foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva, 11 de condução coercitiva e 21 de busca e apreensão, em dez cidades de três estados: Ceará (Fortaleza, Juazeiro, Barbalha, Mauriti, Abaiara e Lavras da Mangabeira), Paraíba (São José de Piranhas e Cajazeiras) e Piauí (Teresina).
As formas de fraude incluiriam a violação do lacre dos gabaritos das provas do Enem e de outros concursos e a utilização de ponto eletrônico e de um “candidato piloto”, alguém que faz a prova e deixa o local de aplicação do exame para repassar as respostas para outros pessoas.
Estão sendo investigados os crimes de organização criminosa. lavagem de dinheiro e fraudes a processo seletivo e concursos públicos. A operação foi batizada de Adinamia, termo médico que identifica redução da força muscular. De acordo com a PF, é uma referência à “fraqueza moral” de quem tentou burlar os concursos.
A primeira fase do Enem foi realizada no dia 5 de novembro, e o segundo dia de provas ocorrerá no próximo domingo.