Avaliar a qualidade da pesquisa e as perspectivas de expansão do conhecimento produzido no Brasil para o exterior. Esse foi o principal objetivo do painel Panorama Atual da Pós-Graduação Brasileira, ocorrido na tarde dessa quinta-feira (1º) no auditório da Reitoria da Universidade Federal do Ceará.
A abertura da reunião veio com o discurso do reitor da UFC, Prof. Henry de Holanda Campos, que saudou os participantes, ressaltando a presença do ex-reitor da UFC Roberto Cláudio Frota Bezerra.
“Nossa Universidade vive um momento particularmente feliz. O ano de 2017 foi de muitas conquistas na graduação, nos rankings, na avaliação quadrienal da pós-graduação da Capes. Avançamos bastante na internacionalização, com tudo que existe de melhor e atual daquilo que uma universidade contemporânea pode fazer nas questões do empreendedorismo e da inovação tecnológica”, ponderou.
Para o pró-reitor de Relações Internacionais, Prof. José Soares de Andrade Júnior, era necessário retomar a ideia da universidade como espaço de conhecimento universal e sem fronteiras, aberto para o mundo. Entre os mais recentes avanços da UFC nesse campo, o gestor destacou a criação da própria Pró-Reitoria de Relações Internacionais (Prointer), o estabelecimento do plano institucional de internacionalização e a formulação do edital interno de projetos temáticos da pós-graduação (https://goo.gl/QZZfNK).
“Do ponto de vista conceitual, internacionalizar é aumentar a produtividade científica, acadêmica e do ensino de uma universidade, um processo intrinsecamente ligado à humanização, no sentido de compreender o ser humano em sua plenitude”, afirmou.
Já o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Prof. Antonio Gomes de Souza Filho, enfatizou a relevância de difundir internacionalmente os saberes produzidos em solo cearense. “Temos vários grupos competitivos na UFC, e esse edital de internacionalização traz o espírito de ação transversal. Ao mesmo tempo, a gente espera captar o máximo possível de alinhamento de todas as ilhas de excelência que a Universidade tem”, avaliou.
FINANCIAMENTO DA PESQUISA – O presidente da Capes, Prof. Abílio Baeta Neves, elogiou os bons resultados da UFC na última avaliação quadrienal da pós-graduação em 2017 (https://goo.gl/s2NeZ2). O dirigente sublinhou que, passada a avaliação, é o momento propício para as universidades brasileiras debaterem o modelo nacional de pós-graduação, tendo em vista aspectos de gestão, financiamento, formação de recursos humanos e desenvolvimento da ciência.
O presidente da Capes anunciou o apoio da entidade a um projeto de lei no Congresso Nacional para criação de um fundo privado da ordem de R$ 2 bilhões anuais, voltados para investimentos em ciência e inovação. Os recursos viriam dos impostos federais cobrados sobre a receita líquida de grandes empresas que seriam encaminhados para projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D), trazendo fontes alternativas para financiar as áreas de ciência e tecnologia.
“Essa iniciativa é muito importante para trazer ao Brasil algo que já está acontecendo em, pelo menos, dois terços dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que são programas de excelência para fortalecer ainda mais a inserção e a competitividade internacional dos nossos melhores grupos de pesquisa”, detalha.
RESULTADOS – Entre 2010 e 2018, período no qual o Brasil teve 55% de aumento no número de programas de mestrado e doutorado, o Ceará superou a média nacional e apresentou um crescimento de 59%, passando de 81 para 129. Desse total, a UFC é responsável por 66 deles. Os dados foram apresentados pelo diretor de Programas e Bolsas no País da Capes, Prof. Geraldo Nunes Sobrinho, ao abordar a distribuição regional dos programas de pós-graduação.
O diretor projetou ainda que, para o período 2017-2022, a Capes e o Governo do Estado do Ceará disponibilizarão R$ 71 milhões para investimentos em ciência e tecnologia, por meio de convênio com a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico (Funcap). Segundo ele, essa parceria será o maior programa do gênero no Nordeste. “Aliás, o Ceará tem se destacado na área de educação, e desde a educação básica, o Estado tem sido referência nacional”, ressaltou, lembrando que essa evolução tem se dado como política de Estado, independentemente da linha ideológica dos sucessivos governos.
EXCELÊNCIA INTERNACIONAL – Entre alguns desafios para ampliar a visibilidade da pesquisa brasileira no exterior, estão a publicação de artigos científicos em línguas estrangeiras, a colaboração de longo prazo entre instituições para intercâmbios acadêmicos e a cooperação no eixo Sul-Sul entre países emergentes, segundo a diretora de Relações Internacionais da Capes, Profª Connie McManus.
“Cada universidade precisa montar suas políticas e estratégias, utilizando a internacionalização não como um fim, mas um meio para a melhoria da qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão”, finalizou.
Fonte: Prof. Antonio Gomes de Souza Filho, pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação – fones: 85 3366 9942 e 3366 9943 / Prof. José Soares de Andrade Júnior, pró-reitor de Relações Internacionais – fones: 85 3366 7333 e 3366 7335