UFRR fará parte de projeto de inclusão digital para imigrantes venezuelanos

A Ericsson, a operadora Vivo e o Governo Brasileiro, representado pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), fecharam um acordo para o projeto de Conectividade e Inclusão Digital dos imigrantes venezuelanos que diariamente chegam ao Brasil devido à grave crise econômica de seu país de origem.

Com o objetivo de promover a melhoria da infraestrutura local e viabilizar o registro dos venezuelanos, a parceria prevê implementação das tecnologias 3G e 4G na cidade de Pacaraima, porta de entrada no Brasil por onde chegam, por dia, quase mil venezuelanos; melhoria da conectividade 4G em pontos estratégicos na cidade de Boa Vista para apoiar os esforços públicos relacionados aos imigrantes e a implantação de um laboratório na Universidade Federal de Roraima (UFRR), para inclusão digital através de cursos de capacitação para os imigrantes.

Os cursos profissionalizantes previstos pelo projeto serão divididos em módulos com dois meses de duração. Haverá desde cursos mais básicos para inclusão digital até cursos sobre temas mais avançados voltados para pessoas com um nível mínimo de escolaridade. As aulas serão ministradas no laboratório que será instalado na UFRR.

O projeto inclui também a conexão do novo Centro de Referência ao Refugiado e Migrante, que está em fase de instalação no campus da UFRR em parceria com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e a Polícia Federal, com o objetivo de melhorar o atendimento aos venezuelanos e à população local. As instalações atuais não comportam a demanda diária de pedidos de asilo por parte dos venezuelanos, o que tem provocado as cenas desumanas de grande concentração de pessoas dormindo em barracas e abrigos improvisados nos arredores da PF e em espaços públicos da cidade de Roraima.

Marcos Jorge de Lima, ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços diz: “O apoio da Ericsson e a Vivo ajudará a minimizar o impacto migratório dos venezuelanos no estado de Roraima. Nenhum Estado está plenamente preparado para lidar com um desafio dessa magnitude. É, por isso, que parcerias público-privadas são essenciais neste momento. Através dessa parceria com a Ericsson e a Vivo que poderemos resolver um problema chave que é a conectividade em Pacaraima, um local carente de acesso e digitalização em setores estratégicos, como o da segurança. Isso habilita uma série de iniciativas do Governo e também junto a outros parceiros que dependem dessa conectividade, hoje inexistente”.

Eduardo Ricotta, presidente da Ericsson no Brasil, afirma: “Temos projetos de conectividade em diversas partes do mundo, onde lidamos com temas emergentes da condição humana. Ao tomar conhecimento do que está acontecendo em Roraima por falta de infraestrutura de conectividade, não podíamos simplesmente ignorar e ficarmos de braços cruzados. Nos juntamos ao MDIC e trouxemos a Vivo para nos apoiar nesse projeto que visa, acima de tudo, melhorar a condição humana dessas pessoas, que esperam por um visto para permanecerem de forma legal no país. Ao promover a conectividade nessa região, nós promovemos o resgate da dignidade e condição humana dessas pessoas, beneficiando também a população local. Esse é o propósito da Ericsson: diminuir distâncias, conectar a sociedade, alavancando a tecnologia para o bem”.

Para Eduardo Navarro, presidente-executivo da Vivo, a conexão é fundamental para a inclusão digital de quem está à parte dos benefícios que a tecnologia é capaz de promover. “Neste sentido, nossa parceria com a Ericsson já é de longa data. Há 10 anos, por exemplo, nos juntamos para conectar Suruacá, uma comunidade isolada próxima à Santarém, no Pará, e já na região Amazônica. As crianças dessa comunidade tiveram aulas virtuais com professores de Portugal e da Suécia. Com este projeto em Roraima, acreditamos que além de levar a oportunidade de um novo recomeço para os refugiados, também estamos levando uma conexão de qualidade para população local”, completou Navarro.
Jefferson Fernandes, professor reitor da Universidade Federal de Roraima, reforça: “Promover a educação é nossa missão na sociedade. Somos pioneiros na formação superior dos indígenas, onde há mais de 15 anos alavancamos a capacitação profissional desse grupo. E estarmos envolvidos em mais um projeto social, que traz benefícios claros não só para a nossa comunidade, mas evidentemente para os imigrantes venezuelamos, nos impulsiona ainda mais para cumprirmos com nosso propósito de transformação social”.

O anúncio da parceria foi feito durante a edição latino-americana do Fórum Econômico Mundial, realizado em São Paulo entre os dias 13 e 15 de março. Após o tradicional encontro de Davos (Suíça), onde líderes de todo o mundo se reuniram para abordar a temática da 4ª Revolução Industrial, a versão da América Latina trouxe como proposta discutir temas que assegurem o progresso econômico para todos, item que reforça a parceria para o projeto de Conectividade e Inclusão Digital em Roraima.