UFMA sedia 9º Fórum de Reitores das Universidades Federais da Região Norte

SÃO LUÍS – A Universidade Federal do Maranhão sedia, nesta quinta-feira, 10, o 9º Fórum de Reitores das Universidades Federais da Região Norte, da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), com o objetivo de discutir os editais da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o orçamento liberado pelo Governo Federal para as universidades federais.

O presidente do Fórum, Jefferson Nascimento, reitor da Universidade Federal de Roraima, explicou que essa reunião de trabalho visa contemplar todas as universidades federais da Região Norte. “A reunião no Maranhão foi pensada para tratar de ações estratégicas e também orçamentárias, e discutir o futuro das universidades da região, elaborando documentos que mostrem as necessidades de cada instituição, consolidando um espaço de diálogo e, principalmente, de articulação da Região Amazônica em favor da ciência, da educação, da tecnologia e da inovação”, afirmou.

Para o presidente nacional da Andifes e reitor da Universidade Federal do Pará, Emmanuel Zagury Tourinho, as universidades hoje passam por desafios que precisam ter uma atenção maior e também precisam ter condições que permitam o desenvolvimento das suas atividades regulares, o que requer uma organização e atuação conjunta dos reitores. “As universidades da Região Norte, na qual, na Andifes, o Maranhão está inserido, vivem situações que são peculiares e requerem ações específicas para a nossa região. Isso torna fundamental que os reitores das instituições destas áreas também se articulem para trabalhar em conjunto justamente para construir condições que possibilitam o desenvolvimento das nossas universidades da forma como a sociedade deseja e que seja fundamental para o desenvolvimento social”, explicou.

Ainda segundo Emmanuel, a Andifes tem apresentado à sociedade, ao governo e ao congresso nacional, a urgência de uma regularidade no sistema de financiamento das universidades, porque essa oscilação na lotação de recursos orçamentários, segundo ele, compromete a execução dos programas acadêmicos nas universidades.

“Nós somos um sistema de universidades reconhecidas nacionalmente, que têm os melhores cursos de graduação e de pós-graduação. Nós produzimos quase toda a ciência utilizada no país e que é indispensável para o desenvolvimento econômico e social, portanto nós entregamos para a sociedade o que ela espera de nós. Como vimos nos cinco últimos anos, nós perdemos mais de 80% de recurso de investimento — recursos aplicados no patrimônio, como obras, construções, instalações e aquisição de equipamentos e materiais permanentes — e aproximadamente 20% no recurso de custeio — aqueles utilizados nas despesas com contratos de prestação de serviços, aquisição de materiais de consumo, diárias, passagens, bolsas e benefícios aos estudantes — , e, no mesmo período dos cortes, as universidades continuaram crescendo, então isso cria uma situação de difícil gestão para os dirigentes das universidades”, detalhou Emmanuel.

A reitora da UFMA e anfitriã do evento, Nair Portela, lembrou que essas articulações têm sido fundamentais para que os dirigentes ainda mantenham alguma condição de trabalho. “A 9ª edição do fórum está ocorrendo em um momento bastante oportuno em que as universidades estão preocupadas com os financiamentos das instituições. Portanto acredito que, só atuando coletivamente, é que vamos conseguir sensibilizar alguns setores do governo, no sentido de manter condições que nos permitam continuar ainda com as instituições em pleno funcionamento”, destacou.

Ainda segundo a reitora, este é um evento que congrega toda a Região Norte em favor de uma luta muito importante, que é o fortalecimento das relações entre as instituições no sentido das pós-graduações serem dinamizadas, atendendo às demandas da região. “Este é um fórum que dá continuidade a um trabalho muito forte dos reitores do Norte, que buscam financiamento com os órgãos de fomento como a Capes, o CNPq e outros, para que possam dar andamento às atividades indispensáveis ao desenvolvimento da região e à formação dos nossos professores e alunos, notadamente na área da pós-graduação. Preocupados com os financiamentos das instituições, já estamos planejando também um orçamento para 2019”, disse.

Atualmente, a Andifes é formada por 68 universidades, que desenvolvem atividades em 320 câmpus no país, abrangendo um total de aproximadamente 1.200.000 alunos, e, só na Região Norte, são 10 universidades federais, que atendem em média 150 mil estudantes.

Estiveram presentes também no 9º Fórum, os reitores da Universidade Federal Rural da Amazônia, Marcel Botelho; do Amapá, Eliane Superti; do Tocantins, Luís Eduardo Bovolato; e o representante da Capes, Júlio Siqueira.