Nesta 22º edição do Florianópolis Audiovisual Mercosul (FAM 2018), que ocorre entre os dias 19 e 24 de junho, o artista plástico e escritor Átila Ramos fará o lançamento do seu recente livro “Cinemas (de rua) de Floripa: a história dos cinemas de rua de Florianópolis (mudos e sonoros) desde 1900”. O lançamento do livro, com a presença do autor em sessão de autógrafos, será realizado no dia 20, às 17 horas, no Hall Superior do Centro de Cultura e Eventos da UFSC. A obra é resultado de uma pesquisa de 4 anos do autor sobre os cinemas de Florianópolis, registrando uma memória com mais de 100 anos de história na cidade.
A obra foi lançada na UFSC, há poucos meses, durante exposição de pinturas de Átila Ramos sobre “Cinemas de Rua de Florianópolis”. Alguns exemplares do livro – que tem o apoio de impressão da Secretaria de Cultura e Arte, da Universidade Federal de Santa Catarina – foram doados para instituições culturais.
Lançamentos de livros no FAM
Além da obra de Átila Ramos, o FAM também abre espaço para o lançamento de mais dois livros físicos e um e-book. “Desvendando a Ancine”, de Vera Zaverucha, será lançado no dia 21. O lançamento do e-book “Televisão e Cinema – O audiovisual contemporâneo em múltiplas vertentes”, organizado por João Martins Ladeira, Dario Mesquita, Felipe Muanis, Gustavo Daudt Fischer, João Carlos Massarolo, Leandro R. Lage, Rafael Teixeira Tassi, Sonia Montaño e Suzana Kilpp, será no dia 22. No dia 23, o jornalista e crítico de cinema Celso Sabadin vai lançar o “História do cinema para quem tem pressa” (Valentina, 2018), no qual ele resume em 200 páginas uma longa e rica trajetória iniciada com os irmãos Lumière, no século 19, até os dias de hoje.
O Florianópolis Audiovisual Mercosul (FAM), evento que congrega festival e fórum, na sua 22º edição, é realizado de 19 a 24 de junho no Centro de Cultura e Eventos da UFSC. Acompanhe a programação do evento pelo site www.famdetodos.com.br
Sobre o Livro
O livro de 120 páginas traz ilustrações com as obras do artista e recortes de jornais antigos que retratam os filmes em cartaz naquela época. A narrativa se divide em duas fases principais: uma sessão dedicada aos primórdios do cinema em Florianópolis, com os cinemas mudos; e outra sessão dedicada aos cinemas sonoros, que começam a surgir na cidade a partir de 1931.
A primeira fase retratada no livro resgata nomes como o “Cinema Art-Nouveaux”, inaugurado no ano de 1910, e que funcionava no Teatro Álvaro de Carvalho, depois denominado Cinema Theatro, que foi um local importante para a arte cinematográfica na cidade; o “Cinema Círculo”, fundado pela Igreja Católica em 1912; passando pelo luxuoso “Internacional Cinema”, na atual rua João Pinto, fundado em 1924; e chegando até a construção do Centro Arquidiocesano Dom Joaquim, que abrigou o Cine Theatro Centro Popular, de 1930 – o último espaço inaugurado na era dos cinemas mudos na cidade, mas o cinema sonoro já chegaria à cidade no ano seguinte.
Já na segunda sessão do livro, o autor inicia destacando a chegada do primeiro cinema sonoro na ilha, o “Cinema Palace” (em 1931) – na esquina da rua Arcipreste Paiva com a Tenente Silveira –, numa realização de dois empresários que se unem para implantar o cinema falado. “Alvorada do Amor”, “que encerra lindos números de música”, é o primeiro filme a ser exibido, marcando o início de uma nova era nos cinemas de rua de Florianópolis.
A partir daí, o autor vai percorrendo os vários cinemas de rua da cidade, passando, entre eles, pelo Cine Imperial, Cine Rex, Cine Odeon, Cine Cecontur, Cine São José, Cine Art 7. Um percurso repleto de informações sobre a história dos cinemas de rua da cidade, que muita gente não conhece.
Sobre o Escritor e Artista Plástico
Átila Ramos é natural de Florianópolis, nascido no bairro Saco dos Limões (1944), onde passou a infância. Desde cedo teve facilidade com os desenhos e já no primário a professora percebia sua habilidade que o destacava entre os demais colegas. No segundo grau, era o escolhido da turma para apresentar os desenhos desenvolvidos na disciplina de Educação Artística durante o ano letivo.
Encaminhando-se para a conclusão do segundo grau, Átila vê na Engenharia Mecânica a possibilidade de unir sua vocação artística aos projetos técnicos da profissão: “Eu aprendi bem cedinho que o campo da engenharia é vasto. Eu poderia trabalhar na prancheta, com desenhos, projetos […]”.
Graduou-se na Universidade Federal de Santa Catarina, onde atuou como professor do Departamento de Expressão Gráfica, ministrando aulas de desenho técnico para os cursos de engenharia. Logo que se formou, entrou para a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (CASAN) como engenheiro, onde trabalhou por 37 anos.
Desde que exercia seus trabalhos como engenheiro na CASAN, Átila já demonstrava possuir um olhar zeloso à preservação da memória. Após 8 anos na Companhia, Átila realiza uma pesquisa sobre a história do saneamento em Florianópolis – o que vem a se tornar o seu primeiro livro, lançado em 1984.
Como autor, Átila Ramos lançou também uma série de 3 livros sobre a história do Carnaval na Ilha de Santa Catarina. O primeiro lançado em 1997 (Carnaval da Ilha) e o último em 2012 (Carnaval da Ilha III – em quadrinhos), após ser contemplado em edital da Fundação Franklin Cascaes na área de Literatura e Artes.
O olhar investigativo do artista-professor sempre despertou nele interesses que o impulsionaram a realizar trabalhos que registram o patrimônio cultural e momentos da história de Florianópolis, muitas vezes desconhecida ou esquecida. Paralelamente, sua percepção artística permitiu que fossem retratados – através de ilustrações, desenhos e pinturas –, aqueles cenários visitados pelo seu imaginário, sempre fundamentados nas suas profundas pesquisas.