O Departamento de Economia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em parceria com a Secretaria da Educação do Estado da Paraíba (Seduc/PB) e a Associação de Educação Financeira do Brasil (AEF/Brasil), mediante apoio da Fundação Parque Tecnológico da Paraíba (PaqTcPB), oferecerá o Curso de Especialização em Educação Financeira (CEEF) para professores da rede pública estadual.
O convênio entre as instituições foi assinado na tarde de 12 de julho, no Auditório 211 do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), no campus-sede da UFPB, em João Pessoa, e poderá beneficiar cerca de 20 mil profissionais.
O edital, para a seleção de 50 candidatos, deve ser publicado nos próximos dias, com reserva de vagas para ações afirmativas. O curso será ministrado na modalidade a distância, com carga de 360 horas. A certificação será concedida mediante apresentação e aprovação de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).
As atividades do curso serão conduzidas por professores da UFPB, com auxílio de materiais didáticos da Associação de Educação Financeira do Brasil (AEF/Brasil), através do ambiente virtual de aprendizagem Moodle, gerenciado pela UFPB Virtual. Os polos de apoio presencial serão nas cidades de João Pessoa, Campina Grande, Alagoa Grande e Pombal. Os recursos financeiros do projeto serão administrados pelo PaqTcPB.
“A ideia é que esses novos especialistas sejam multiplicadores da educação financeira nas escolas públicas estaduais”, explicou o coordenador do CEEF/UFPB, professor Bruno Ferreira Frascaroli. Uma avaliação será realizada no início e no final da formação para medir os impactos do projeto sobre as escolas atendidas.
Multiplicar conhecimento
A solenidade de assinatura do convênio foi presidida pela reitora Margareth Diniz. “Esta é mais mais uma parceria produtiva que a UFPB estabelece”, pontuou ela, citando docentes que estavam na cerimônia e que já desenvolvem projetos junto ao governo estadual e outras instituições.
A gestora destacou também que a UFPB é pioneira em iniciativas que promovem a educação financeira, desde a instituição da Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF), por meio do Decreto nº 7.397, de 22 de dezembro de 2010. “Temos professores qualificados que fomentam e multiplicarão ainda mais os preceitos da educação financeira, para que nossos cidadãos possam gerir suas vidas com eficiência e eficácia”, garantiu.
A presidente da AEF/Brasil, Cláudia Forte, defendeu que a ciência sempre deve ser aplicada à sociedade e que o CEEF é um exemplo disso. “Sou professora há mais de 20 anos e já estive em diversas secretarias de educação e universidades de todo o País. Encontrei muitas portas abertas e fechadas. Aqui, na Paraíba, tanto a da secretaria de educação quanto a da universidade estão abertas. Precisamos descer do Olimpo e promover mudanças de comportamento e de consumo”, defendeu.
O secretário estadual de educação, Aléssio Trindade, ressaltou projetos em parceria com a universidade que já têm trazido melhorias para a educação estadual, como o realizado com o Centro de Energias Alternativas e Renováveis (CEAR/ UFPB), sob a condução do professor Euler Tavares, que desenvolveu 110 laboratórios para atividades relacionadas a instalações elétricas, energia solar, agroecologia e material didático para alfabetação, utilizado nas redes estadual e municipal.
Trindade falou, ainda, sobre a importância da criação do CEEF. “Em geral, nossos concluintes do 5° ano [do ensino fundamental] não têm boa formação em matemática. Recentemente, uma escola do município de Bayeux, na Grande João Pessoa, apresentou resultados acima das expectativas. Fomos lá investigar o diferencial deles e verificamos que um dos projetos desenvolvidos era o de educação financeira, com conteúdos apresentados de modo lúdico”, detalhou.
A secretária executiva de Gestão Pedagógica da Educação da Seduc/PB, Roziane Ribeiro, disse que a nova especialização poderá ter impactos diretos na organização financeira familiar da sociedade paraibana e que a educação precisa encarar a matemática de maneira viva e prática, que auxilie no cotidiano das pessoas. “Esse projeto contempla, ao mesmo tempo, três áreas importantíssimas: formação continuada, articulação entre Educação Básica e Superior e Base Curricular”, comentou a secretária.
O diretor do CCSA, Walmir Rufino, por sua vez, falou que a especialização disseminará conhecimento e que os professores que passarem pelo curso serão verdadeiros agentes multiplicadores, colaborando para a formação de consumidores mais conscientes.
O coordenador do curso, Bruno Frascaroli, lembrou outros projetos desenvolvidos na área pelo Departamento de Economia da UFPB, entre eles o “Sala de Ações”, que forma consultores e promove extensão universitária em Educação Financeira há mais de dez anos, idealizado pelo docente Sinézio Maia, e o projeto “Educação Financeira para toda a Vida”, aplicado à educação infantil, liderado pelo professor Wenner Lucena.
O diretor da PaqTcPB, Francisco Jaime Mendonça, explicou que, entre os convênios já intermediados pela fundação de apoio à universidade, depois de quase três anos de credenciamento, esta é a primeira assinatura da entidade para a criação de um curso de especialização. “Estamos estudando outras possibilidades de parceria para atender às demandas do Estado e do País”, indicou Mendonça.
A Associação de Educação Financeira do Brasil (AEF/Brasil) é uma organização da sociedade civil, de interesse público, criada em 2011 pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros (ANBIMA), a Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBovespa), a Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNSeg) e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), dedicada ao desenvolvimento de tecnologias sociais e educacionais, com o objetivo de promover a educação financeira no Brasil.