Melhorar os níveis de produtividade e a redução dos custos de produção da cultura do abacaxi. Com esse propósito o Grupo de Pesquisa em Fruticultura da Universidade Federal Rural do Semi-Árido vem desenvolvendo voltadas para a expansão das áreas agrícolas cultivadas, bem como a qualidade do produto. No País, o Estado do Rio Grande do Norte ocupa o 7° lugar como uns dos principais estados produtores de abacaxi, tendo produzido, em 2017, 63,09 milhões de frutos, o que corresponde a 2,8% da produção nacional.
Dentre as pesquisas que estão sendo desenvolvidas pelo Grupo destaca-se a utilização da adubação orgamineral e a redução na densidade de planta por área. “Sendo a cultura relativamente exigente em nutrientes, a adubação constitui-se uma prática quase obrigatória nos plantios com fins comercias, pois o nitrogênio e o potássio têm grande influência no desenvolvimento e na qualidade dos frutos. Bem como a utilização de matéria orgânica em conjunto com a adubação mineral que resultam em diversos benefícios nos aspectos físicos, químicos e biológicos do solo”, explica o professor Vander Mendonça, que juntamente com a professora Luciana Freitas de Medeiros, coordenaram as pesquisas com abacaxi dos doutorandos João Paulo Nobre de Almeida, Roseano Medeiros da Silva e Toni Halan da Silva.
Ainda segundo o professor Vander a densidade de plantio na cultura do abacaxizeiro pode influenciar tanto na produtividade quanto no peso dos frutos, como minimizar os gastos de produção pela redução do espaçamento de plantio. Os primeiros trabalhos foram conduzidos em casa de vegetação no Setor de Produção de Mudas Frutíferas da Ufersa, quando estudaram fontes orgânicas, polímero hidroabsorvente e fertilizante organomineral na aclimatação de mudas de cultivares (‘Imperial’ e ‘Vitória’) de abacaxizeiro.
Os pesquisadores verificaram que a cultivar ‘Imperial’ foi superior no aporte de macronutrientes para as folhas das mudas que a cultivar ‘Vitória’ aos 270 dias de aclimatação. Com relação às fontes orgânicas, os estercos bovino e caprino foram os que proporcionaram maiores incrementos nas características de crescimento em ambas cultivares. Além disso, observaram que o uso do hidrogel não favoreceu o crescimento da parte aérea das cultivares; no entanto contribuiu para o aumento de peso da massa seca do sistema radicular quando incorporado ao esterco bovino em ambas as cultivares.
As pesquisas também constataram que as cultivares alcançaram características de crescimento adequadas para a transferência ao campo aos 210 dias, bem como as doses do fertilizante organomineral que proporcionaram maiores ganhos para as características biométricas das mudas foram 10g e 5g para ‘Vitória’ e ‘Imperial’, respectivamente.
Simultaneamente, no Pomar Didático da Ufersa, o grupo de fruticultura, também verificaram com os resultados de pesquisas que as plantas de abacaxizeiro apresentam ótimo crescimento, produção e qualidade de frutos. Os resultados da pesquisa em casa de vegetação fizeram parte da tese de doutorado desenvolvida pela então discente do Programa de Pós-graduação em Fitotecnia Luciana Freitas de Medeiros. Os resultados da pesquisa desenvolvida no campo farão parte da tese de doutorado a ser defendida no mesmo Programa de Pós-graduação pelo discente Toni Halan da Silva Irineu.
O professor Vander Mendonça adianta que em breve outras pesquisas com a cultura do abacaxizeiro serão iniciadas. A ideia do Grupo é obter vários resultados de pesquisas que futuramente farão parte de um livro a ser publicado na Universidade pelo Grupo de Pesquisa em Fruticultura. E com isto repassar aos fruticultores da região os resultados estas pesquisas desenvolvidas na Universidade.
O abacaxizeiro (Ananas comosus (L.) Merril) pertence à família Bromeliaceae e é originário da América do Sul. É a terceira frutífera tropical mais cultivada no mundo. Destacam-se como principais países produtores: Tailândia, Brasil, Filipinas, Estados Unidos (Havaí), China, Índia e Nigéria, sendo o Brasil um dos maiores produtores mundiais, com uma produção de 1,67 bilhões (frutos) e rendimento médio de 26,7 mil (kg/ha) de frutos, numa área colhida de 62,5 mil (ha).