Na semana em que se comemora o dia da Consciência Negra, a Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), por meio do projeto Bibliobreak, está promovendo o Especial Consciência Negra, uma programação com dinâmica, palestra, vídeo, oficina de turbante e muita conversa. O evento teve início nesta segunda-feira, 19, e será encerrada nesta terça, 20.
No primeiro dia da programação, o objetivo foi abordar as crenças oriundas do continente africano, com a palestra sobre “a Ciência do Sagrado nas Religiões de Matriz Africana”, proferida pela professora do Instituto Socioambiental e dos Recursos Hídricos (ISARH/Ufra), Ana Lídia do Nascimento. “Essa palestra foi o resultado da minha tese de doutorado, no qual eu trabalhei a ciência do sagrado nas práticas das religiões afrobrasileiras de pajelança indígena e pajelança cabocla, entre as tradições e a modernidade. Essa tese busca assegurar que existe, sim, uma ciência nas práticas das religiões afrobrasileiras, seja nos rituais de cura, seja nos trabalhos de um pajé”, explicou a professora.
Dia da Consciência Negra – Comemorada no dia 20 de novembro, a consciência negra faz referência ao dia da morte de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo de Palmares, conhecido pela luta pela preservação do modo de vida dos africanos escravizados que conseguiram escapar da escravidão. A data, inicialmente, fazia parte apenas do calendário escolar, mas, com a Lei nº 12.519 de 2011, o dia da Consciência Negra foi oficializado como data comemorativa em toda a sociedade, sendo feriado em diversos estados brasileiros.
“Nós já avançamos em algumas coisas, mas ainda é preciso avançar muito, até porque ainda existe um racismo muito camuflado. As pessoas dizem que não são racistas, mas no fundo são, e nós podemos perceber isso pela forma de tratamento que um negro recebe, se comparado ao indivíduo branco. E essa questão piora quando falamos sobre a mulher negra, principalmente porque ela ainda é muito sexualizada, objetificada. É por tudo isso que nós dizemos que o ser humano ainda precisa avançar muito”, declara a professora Ana Lídia do Nascimento.
Sobre o bibliobreak – O projeto é desenvolvido pela equipe da Biblioteca Central da Universidade e que busca disseminar informações sobre o universo acadêmico de maneira descontraída, enquanto os estudantes descansam no intervalo do almoço. O projeto teve início maio de 2018 e tem programação todos os dias, das 13h às 14h.
A programação do Bibliobreak Especial Dia da Consciência Negra continua nesta terça-feira, das 13h às 14h, no Auditório da Biblioteca Central, Campus Belém.