O número de estudantes negros e pardos da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) cresceu em ritmo constante entre os anos de 2013 e 2017, segundo informações disponibilizadas pelas pró-reitorias de Graduação e de Pós-Graduação e Pesquisa da universidade. Os dados sobre composição étnica dos discentes são colhidos de duas maneiras: por meio de questionário socioeconômico e acadêmico, de preenchimento obrigatório pelos ingressantes, e de cadastro de alunos de pós-graduação realizado pela instituição.
Em linha ascendente, há cinco anos, os estudantes pardos representavam 19,35% (568 pessoas) do total de ingressantes na graduação e 6,73% (287) dos ingressantes em cursos de pós-graduação. Em 2017, os números saltaram, respectivamente, para 22,02% na graduação (652) e 10,34% (556). Quanto aos ingressantes negros na graduação, em 2013, representavam 5,69% (167), enquanto que na pós-graduação totalizavam 1,97% (84 pessoas). Em 2017, os índices saltaram para 7,19% (213) na graduação e 3,73% (202) na pós-graduação.
O percentual de universitários negros na instituição reflete cada vez mais a composição étnico-racial brasileira. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), divulgada em 2017 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os pardos representam a maior parte da população (46,7%) e os pretos, 8,2% do total de brasileiros.
Para a pró-reitora de Graduação, Isabel Marian Hartmann de Quadros, o aumento constante da presença desses estudantes se deve em grande parte ao avanço da política de cotas nas universidades públicas. Ela pontua que, em 2016, por conta da Lei nº 12.711/12, metade das vagas foram reservadas a estudantes que concluíram o ensino médio em escolas públicas. “Em 2013, a reserva era de 12,5%, passando para 25% em 2014, 37,5% em 2015, até chegar aos 50% em 2016”.