O Grupo de Pesquisa Reabilitação Urbana e Ambiental, do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Ufes, busca soluções para os problemas urbanos no Espírito Santo. Entre elas, estão sendo estudadas soluções de infraestrutura verde, que permitem drenar melhor a água das chuvas, reduzir os alagamentos e prover mais áreas vegetadas no espaço urbano, especialmente para lazer.
Sob a coordenação da professora Daniella Bonatto, o grupo mapeia locais com carência de áreas verdes e propensos a alagamento. A partir daí, são elaboradas propostas de corredores verdes para captar, armazenar e drenar as águas das chuvas reduzindo seu impacto nas cidades e, ao mesmo tempo, implantar espaços livres públicos de esporte e lazer e melhorar a qualidade do ambiente urbano.
As estratégias mais básicas na retenção das águas pluviais são as que utilizam ou ampliam a arborização urbana, especialmente das vias públicas. “Quanto maior o porte e densidade da árvore, maior a capacidade de retenção da água da chuva, propiciada pelo volume da copa. Quanto mais próximas as árvores estiverem umas das outras, maior a eficiência, pois conformam os chamados corredores verdes”, explica a professora Daniella Bonatto.
Vila Velha
No grupo de pesquisa, um dos trabalhos estudou o município de Vila Velha, que apresenta diversas áreas propensas a alagamentos. O mestrado defendido por Eduarda de Berrêdo, sob orientação da professora Daniella, estudou a Microbacia de Guaranhuns, região que faz parte da Bacia do Rio Jucu, a mais importante no abastecimento de água da Região Metropolitana de Vitória. A Microbacia do Guaranhuns (foto) possui vários bairros atrelados a seus cursos d’água e sofre com constantes alagamentos, por estar implantada abaixo da cota de inundação, com uma parte abaixo do nível do mar – dos seus 14 km² de área, 57% são alagáveis.
A dissertação faz a análise da área à luz das legislações pertinentes e teve como desdobramento um artigo propondo soluções para a reabilitação urbana e ambiental da área, a partir da implantação de corredores verdes, “com a renaturalização das margens do Canal Guaranhuns, a conexão da vegetação dessas margens com as áreas verdes residuais existentes em espaços livres e praças, e com a arborização existente nas ruas e a implantação de novas árvores, bem como de jardins de chuva e biovaleta, quando possível”, explica Daniella Bonatto.