Os números comprovam: mudança no perfil do corpo discente da UNIFAL-MG nos últimos anos aponta maior representatividade de estudantes que vieram de escolas públicas, que são de baixa renda, pretos, pardos e mulheres. Essa análise foi feita a partir de relatórios socioeconômicos gerados pela Diretoria de Processos Seletivos (DIPS), com base em dados do Sistema de Seleção Unificada (Sisu).
No primeiro semestre de 2018, a Universidade registrou um percentual de 71% de estudantes ingressantes que vieram de escolas públicas, enquanto que no primeiro semestre de 2011, um ano após a Universidade ter aderido ao Sisu, o percentual chegava a 43%, indicando naquele período maior representatividade de ingressantes provenientes de escolas privadas (57%).
Com base também em dados do primeiro semestre de 2018, o percentual de ingressantes autodeclarados pretos e pardos foi de 43% em relação ao número total de alunos. Em contrapartida, no primeiro semestre de 2011, esse percentual era de 18%.
Segundo o estudo, a representatividade de estudantes que têm renda familiar de até um salário mínimo chegou a 10% do total de ingressantes no primeiro semestre de 2018. Em 2011, esse percentual era de apenas 2% em relação ao restante do alunado que chegava à Universidade no primeiro semestre. Vale lembrar que no cenário nacional, conforme pesquisa realizada e divulgada em 2016 pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) junto ao Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assistência Estudantil (Fonaprace), mais da metade dos discentes de graduação matriculados nas universidades federais têm origem em famílias com renda média de 1,5 salário mínimo, representando 66%.
Outro dado de destaque no levantamento da UNIFAL-MG é a expressiva presença feminina na Universidade. As mulheres são a maioria, correspondendo a 61% da comunidade discente ingressante em 2018/1. No ano de 2011/1, elas representavam 56% do corpo discente.
O levantamento também demonstra que tanto no ano de 2018 quanto em 2011, a Universidade recebeu estudantes de diversas partes do país, com prevalência de matriculados de várias cidades dos estados de Minas Gerais e São Paulo. A mobilidade dos estudantes para diversas partes do país é vista pelo reitor da UNIFAL-MG, Prof. Sandro Amadeu Cerveira, como um dos avanços permitidos pelo Sistema de Seleção Unificada às universidades. “O Sisu possibilitou que os estudantes pudessem transitar para além das fronteiras de suas cidades de origem, não ficando presos aos seus locais de nascimento e isso é muito bom porque fortalece o próprio país”, avalia.
Prof. Sandro também analisa outros reflexos da adoção do Sisu e de políticas que permitiram maior democratização do acesso ao ensino superior público. “A representatividade das pessoas mais pobres, pessoas que estão historicamente mais excluídas do acesso aos recursos e aos benefícios do próprio país evidenciada nos dados, demonstra que além da expansão das universidades, o Sisu foi uma excelente ferramenta nessa direção”, comenta.
Para o reitor, os dados contrariam crenças de que as universidades federais e, em especial a UNIFAL-MG, são elitistas. “Isso prova que todos os discursos que dizem que a UNIFAL-MG é elitista e excludente não são verdadeiros porque é exatamente por essas políticas como a do Sisu, a política de assistência estudantil, a política de cotas e outras políticas de inclusão, têm garantido que a universidade seja um grande patrimônio para o país no sentido de melhorar e avançar contra ao processo de exclusão que é histórico no nosso país.”
A análise realizada nos números da UNIFAL-MG, segundo Prof. Sandro, reforça a contribuição da Universidade para a transformação social e diminuição das desigualdades, preconizando seu caráter público, gratuito, de qualidade e inclusivo.