O Cine Metrópolis, no campus de Goiabeiras, recebe pesquisadores e ambientalistas nesta quarta-feira, 30, às 9h30, para a mesa-redonda “Projetos de conservação da fauna ameaçada de extinção”. O evento vai debater a grave situação de ameaça que atinge as espécies tatu-canastra e gavião-real (harpia), no Espírito Santo e no Brasil. Participam como debatedores o zoólogo Arnaud Desbiez, coordenador regional da Royal Zoological Society of Scotland (RZSS) e a biológa Tânia Sanaiotti, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), com moderação do professor Aureo Banhos, pesquisador do Departamento de Ciências Biológicas do campus de Alegre da Ufes. A entrada é franca.
A mesa-redonda é realizada pelo Projeto Tatu-Canastra e pelo Projeto Harpia, com apoio da Ufes e do Instituto Últimos Refúgios. Arnaud Desbiez fundou, em 2010, o Projeto Tatu-Canastra, com estudos da espécie no Pantanal de Mato Grosso. Depois, estendeu sua pesquisa para a Mata Atlântica no Espírito Santo e coordena o Projeto Bandeiras e Rodovias, que monitora os impactos do movimento de veículos nas estradas federais capixabas sobre os tamanduás-bandeira. Tânia Sanaiotti fundou, em 1997, o Projeto Harpia. Em 2010 estendeu seus estudos para o Espírito Santo após encontrar o primeiro ninho de gavião-real na Mata Atlântica do Estado. Desde então, monitora três ninhos ativos da espécie.
Conheça as espécies:
Tatu canastra – É uma das mais antigas espécies de mamíferos viventes, considerada um verdadeiro fóssil vivo, e é muito difícil de ser avistado na natureza. Até recentemente era desconhecida a sua existência em determinadas localidades do Brasil, e a maior parte das informações sobre a espécie era superficial, e o Projeto Tatu-Canastra busca ampliar o grau de conhecimento. O projeto demonstrou, por exemplo, que o o tatu- canastra é um grande engenheiro de ecossistemas, porque as suas tocas se tornam habitats e abrigos para várias outras espécies.
Gavião-real – É o maior predador voador das Américas. É uma águia que depende da floresta para sobreviver. O desmatamento e redução de florestas constituem a principal razão para o seu desaparecimento em grande parte de sua distribuição original. Há cerca de 20 anos, o Projeto Harpia monitora no Brasil a harpia e outras duas espécies de águias florestais: o uiraçu-falso e o gavião-de-penacho. O projeto já mapeou mais de 130 ninhos, e monitora cerca de 40 na Amazônia, Pantanal e Mata Atlântica.