Atualmente há seis anos sem reajuste, a bolsa de mestrado e doutorado concedidas pela CAPES e CNPq no país custam R$ 1.500,00 e R$ 2.200,00 respectivamente. Esses valores ao longo desse tempo já perderam um pouco mais de um terço do seu valor em relação ao poder de consumo desde o último reajuste, março de 2013, pois a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e divulgada pelo IBGE chegou a 37,17%. Isto significa que, caso as bolsas fossem reajustadas hoje, para corrigir as perdas inflacionárias do período, uma bolsa de mestrado estaria valendo R$ 2.063,55 e doutorado R$ 3.026,7633. Esses valores reajustados seriam próximos aos que são pagos, desde setembro de 2018, pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo: R$ 2.043,00, para mestrado I e R$ 3.010,80 para doutorado I.
Por não possuir seu valor atrelado a algum mecanismo de reajuste anual as bolsas de estudo vêm acumulando uma desvalorização histórica frente a um aumento brutal dos preços de alimentos, moradia e transporte.
O não reajuste e bolsas com valores defasadas associada a dedicação exclusiva – o que não permite muitas vezes um vínculo empregatício- é uma realidade que não é justa com aqueles que são decisivos no desenvolvimento científico e econômico do país, nós pós-graduandos. Precisamos nos mobilizar para pressionar os governos e parlamentares. Converse com seu colega de pós-graduação, laboratório, pesquisa, estudo. Com seus orientadores e professores. Mobilize sua universidade e vamos conscientizar a sociedade em torno desse pleito. A Associação Nacional de Pós-graduandos conta com você para cerrar fileira nessa Campanha. Reajuste de Bolsas de Estudos Já!
Faça o Download aqui da campanha Reajuste Já
A ANPG lançou a campanha 25% dos roylats do Pré-sal para CTI. Para isso, a entidade escreveu uma cartilha na qual comenta as razões da importância deste movimento.
O movimento apoia o Projeto de Lei 5876/2016 (de autoria do Deputado Celso Pansera – PT/RJ) que prevê a destinação de 25% para Ciência, tecnologia e inovação. O que abre perspectivas de ampliação do orçamento anual para Ciência e Tecnologia no país. Apenas o montante destinado ao Fundo Social no último trimestre de 20171, permitiria a aplicação de cerca de 550 milhões na área. Um valor que significa em termos atuais em torno de 20% do orçamento anual do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e Comunicações (MCTIC) ou um pouco mais de 50% do CNPq.
Em um cenário de desmonte do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia, capitaneados pela Emenda Constitucional 95 (EC do Teto dos Gastos) associado aos sucessivos cortes e contingenciamentos nos orçamentos anuais, que ameaçam paralisar atividades e projetos científicos importantes, e vendas de empresas públicas que atuam diretamente em investimento no setor, torna-se imperativo que as entidades cientificas construam uma grande frente ampla em defesa de mais investimentos para a área.
A garantia de recursos mínimos do pré-sal joga luz no atual horizonte obscuro da nossa ciência, e garante que o Brasil tome para si os ganhos da exploração dessa riqueza para reverter em um projeto de desenvolvimento nacional que traga soberania e independência tecnológica, construindo assim um caminho de mitigação das desigualdades sociais que assolam a dignidade de nosso povo.