São vários os elogios que intencionam reconhecer o mérito das mulheres, mas que na verdade só elevam a conquista delas, pois tomam como referência uma postura ou atitude masculina. “Dirige igual a um homem”, “não tem frescura, parece até um cara” e “seu trabalho está muito bom, parece até um homem quem fez” são alguns exemplos que, no lugar de elogiar, acabam diminuindo o empenho próprio de cada mulher ao realizar determinada tarefa.
Como forma de chamar atenção para a importância do reconhecimento e de se fazer um elogio da melhor forma, o Núcleo de Criação (NUC) da Assessoria de Comunicação (Ascom) da Ufal criou a campanha Elogie sem Comparação para o Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março.
“O objetivo é fazer as pessoas refletirem quando for fazer um elogio. Reconhecer as qualidades, as conquistas e a competência da mulher, mas sem tomar como parâmetro o sexo masculino como se fosse um ‘padrão de qualidade’ com o qual deve ser comparado”, explica a coordenadora do NUC e programadora visual da Ufal, Camila Fialho, publicitária responsável pela criação da campanha.
“A desigualdade de gênero é tão naturalizada que o elogio à mulher, pela sua capacidade de realizações importantes, sempre lhe é atribuído em comparação aos feitos do homem como balizador de sua qualidade. Somos fortes e resistentes e construiremos o tempo em que o machismo e as opressões de gênero, raça e classe serão superados e estas comparações não mais existirão”, comentou a reitora Valéria Correia.
A campanha Elogie sem Comparação pode ser conferida nas redes oficiais da Ufal no Twitter, Facebook e Instagram por meio da @ufaloficial.
Mensagem da reitora
A maior instituição de ensino do estado de Alagoas é comandada por uma mulher pela 3ª vez. A reitora Valéria Correia encabeça a Gestão Central da Ufal com outras quatro mulheres nas pró-reitorias Estudantil (Silvana Medeiros), de Extensão (Joelma Albuquerque), de Graduação (Sandra Regina Paz), e de Gestão de Pessoas e do Trabalho (Carolina Abreu). Leia a mensagem da reitora para todas as pessoas no Dia Internacional da Mulher:
Mulheres precisam ocupar, cada vez mais, os espaços de poder, enfrentar o machismo e todas as formas de opressão. No cenário de recrudescimento da violência contra mulheres, o dia 8 de março deve ser dia: de denunciar o aumento dos índices desta violência e do feminicídio; de resistir às diferenças salariais e nas condições de trabalho; de lutar para que a desigualdade de gênero e o machismo de uma sociedade patriarcal sejam suplantados; de reafirmar que a violência contra mulher não é um problema individual e privado, mas público, de Estado, o qual deve ter a responsabilidade de executar a rede de proteção, assistência, combate e prevenção à violência (Lei Maria da Penha); e de destacar a importância deste tema ser tratado na educação numa perspectiva de formação antissexista e antirracista, livre de preconceitos e de discriminações.