As mulheres já são oficialmente maioria no Brasil. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, são 51,03% da população do país. As conquistas têm crescido. A ocupação feminina de postos de trabalho, segundo o Ministério do Trabalho, já era de 44% em 2016 e revelava um crescimento gradual.
As mulheres ainda trabalham, em média, dez horas a mais que os homens por semana em casa. O que parece muito é pior quando posto em perspectiva. O IBGE revela que os homens gastam cerca de 11 horas e as mulheres, 21 horas no trabalho doméstico.
No mercado de trabalho o cenário também é desigual. O estudo Estatísticas de Gênero mostra que as mulheres estudam mais e trabalham mais horas para receber em média 76,5% do rendimento masculino. Os desafios também aparecem quando se olha para o crescimento na carreira. A pesquisa mostra que menos de 40% dos postos gerenciais no mercado de trabalho brasileiro são ocupados por mulheres.
Não é possível ignorar a violência em um país onde foram mortas, só em janeiro deste ano, 126 mulheres. Os dados da Comissão Interamericana de Direitos Humanos revelam a insegurança a que estão expostas essas mulheres e mostram a necessidade de união para que essa realidade mude.
A mudança tem acontecido lentamente, como resultado de um movimento social pela igualdade de direitos e pelo reconhecimento da mulher no mercado, na ciência, na política e na vida cotidiana. O desvelamento das estatísticas de colocação profissional, dos dados sobre a violência de gênero e dos desafios das mulheres em seu cotidiano as levam a lutar pela mudança, pela conquista de direitos, pelo lugar de fala, pela segurança, pelo reconhecimento.
Por isso, o dia 8 de março é hoje mais do que um momento de comemorações. É um dia de lutas, de rememorar conquistas, de traçar metas, de avançar no caminho da igualdade e de reverter estatísticas. É um dia de reconhecer o crescimento das mulheres na ciência, seu papel para o desenvolvimento dos países, sua capacidade produtiva e artística, seu direito à vida.