O auditório da Biblioteca Central da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) ficou pequeno para a quantidade de pessoas interessadas em participar do Seminário A Previdência Social em retalhos, promovido numa parceria entre a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (Feac), a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas (Adufal) e o Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal de Alagoas (Sintufal).
Muitos estudantes atenderam a convocação do Programa de Educação Tutorial (PET) Economia e do Centro Acadêmico de Economia Ceteris Paribus e acompanharam os debates. Também participaram professores e técnicos administrativos da Universidade. O seminário contou ainda com a intervenção de sindicalistas de categorias como os docentes da rede pública e servidores de outros órgãos.
Os professores Luciana Caetano e Reynaldo Rubem Ferreira Jr. iniciaram as exposições e tentaram explicar de forma didática para os presentes sobre as principais modificações da aposentadoria, que afetam a vida dos trabalhadores do serviço público e da iniciativa privada. “Não é muito fácil, porque o projeto ainda não está fechado, as negociações ainda acontecem porque o Governo está priorizando a aprovação dessa Reforma”, colocaram os palestrantes.
O professor Reynado Ferreira criticou a maneira como o Governo tem pressionado pela aprovação da Reforma. “É como se a Reforma da Previdência fosse a panaceia para todos os males. Ou seja, ou faz a Reforma da Previdência ou o Brasil acaba. Sabemos que outras reformas já foram feitas para ajustar a Previdência, mas a grande questão é: a Previdência está tão problemática como estão colocando? É preciso estudar bastante essa questão, porque a Previdência Social como temos hoje contribui para a redução das desigualdades sociais e mudar esse pacto pode ter efeitos graves para a sociedade brasileira”, ponderou o professor.
A professora Luciana Caetano enfatizou a importância desse debate. “Os trabalhadores e trabalhadoras precisam ter informações sobre o que está sendo proposto para interver em defesa dos seus direitos. Temos que ressaltar esse protagonismo da sociedade. Essa reforma é uma questão política da maior relevância e precisamos dialogar com a população que será atingida por ela”, convoca a economista.
Por fim, a mediadora da mesa nos debates da manhã, professora Ana Vergner, da diretoria da Adufal, convocou as pessoas presentes para participarem do ato contra a Reforma da Previdência, no dia 22, às 15h, na Praça Centenário. “Já vimos que a Reforma da Previdência não elimina privilégios, pelo contrário, penaliza o elo mais fraco, que são os trabalhadores de baixa renda”, declarou a sindicalista.