A deputada Olívia destacou que a audiência na Alba é a abertura de espaço para o debate democrático, pois o que está acontecendo agora “não tem precedentes”, disse ela, lembrando que “no passado, já aconteceram contingenciamentos, mas agora os cortes vêm acompanhados de uma narrativa que justifica o desmonte das universidades e ataques às ciências, principalmente às humanas como filosofia e sociologia”, pontuou ela. O reitor João Carlos Salles que é filósofo, classificou o momento como “muito grave”, que também foi visto por todos que se expressaram no púlpito da Alba, como propício para a “união em defesa das instituições ameaçadas”.
O deputado federal Daniel Almeida destacou que já existe uma nota de solidariedade de 38 deputados e três senadores para enfrentar essa “campanha de desqualificação,” pois “para alcançar o desenvolvimento é preciso garantir a universidade como um lugar de diversidade e trocas”. E Salles que também é vice-presidente da Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior no Brasil (Andifes), alertou que “é fundamental ter consciência que essa é uma guerra contra o modelo de universidade que combate discriminação e a exclusão e requer o nosso comprometimento por um futuro com a barbárie e o obscurantismo ou com a civilização e o desenvolvimento”.
Os reitores das universidades do Recôncavo (UFRB), Sílvio Luiz Oliveira e do Sul da Bahia (UFSB), Joana Angélica Guimarães, também defenderam a luta pelas universidades como patrimônios públicos, importantes para as comunidades situadas ao seu entorno, pois há uma rede de comércio e serviços que gira em torno do fluxo de estudantes, professores e funcionários de campi universitários em várias cidades do interior da Bahia. Além disso, os cortes trazem o temor do desemprego dos terceirizados das universidades, por isso, “defendê-las é contribuir, também, para o desenvolvimento do estado da Bahia”, alertou Oliveira.
As deputadas federais, Lídice da Mata e Alice Portugal, asseguraram que lutar pela manutenção das verbas é “uma luta fraterna, justa e solidária”, pois a universidade é um lugar de inclusão. Portugal defendeu que “neste momento, que a universidade passou por uma metamorfose depois do ingresso de pessoas que estavam à margem, graças às políticas afirmativas, não podemos recuar”.