BRASÍLIA – Dados levantados pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Federais de Ensino Superior (Andifes) mostram que o contingenciamento de 30% do orçamento discricionário (não obrigatório) não se deu de forma igual entre as várias universidades federais. A Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), foi a que mais sofreu bloqueios: 53,96% do total. Já a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), foi a mais preservada, perdendo 15,82% dos recursos.
Na média geral, o contingenciamento foi de 29,74%, ou R$ 2,08 bilhões de R$ 6,99 bilhões. Além da UFSB, as universidades mais prejudicadas foram a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), localizada no mesmo estado, e a Universidade Federal do Cariri (UFCA), no Ceará, com bloqueios de respectivamente 52,04%, 48,62% e 46,91%.
O “Painel dos Cortes” da Andifes detalha tanto o contingenciamento do orçamento discricionário de custeio (dinheiro usado para o pagamento das contas de luz e segurança, por exemplo) como de investimentos (para reformas, por exemplo).
No orçamento de custeio, de R$ 6,25 bilhões, houve contingenciamento de R$ 1,68 bilhão, o equivalente a 26,91%. As universidades mais prejudicadas foram a UFMS (43,73%), a Universidade Federal de Catalão (UFCAT), em Goiás (40,35%), e a UFCA (38,29%).
O presidente da Andifes, Reinaldo Centoducatte, demonstrou preocupação com esses cortes. Segundo ele, os maiores gastos da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), da qual é reitor, são energia elétrica e vigilância.
— Depois vem limpeza, outras coisas. Qual você vai cortar para cumprir um corte de 30%? Um corte de 30% na minha universidade é de R$ 29 milhões. A conta de energia é de R$ 13 milhões. A de segurança é de R$ 14 milhões. Vai cortar tudo? Não vai ter vigilância nem energia elétrica? Não vai dar certo — disse Centoducatte.
Nos investimentos, o contingenciamento foi proporcionalmente maior. De R$ 734 milhões, R$ 395 milhões foram bloqueados, ou seja, 53,83% do total. As mais prejudicadas foram a Universidade Federal do Tocantins (UFT) (91,43%), a UFMS (88,13%), a UFSB (84,84%), a UFGD (84,71%), e a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) (84,41%).
Fonte: O GLOBO