Com a proposta de abordar as dificuldades e gerar reflexões sobre o ingresso e permanência de pessoas com deficiência no ensino superior, a Pró-reitoria de Graduação (Prograd) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), por meio do Núcleo de Apoio à Inclusão (NAI), e em parceria com a Diretoria de Ações Afirmativas (Diaaf), promove roda de conversa formativa sobre a inclusão do aluno surdo no ensino superior. A ação acontece nesta quinta-feira, 30, às 19h, no anfiteatro das Pró-reitorias e será aberto ao público.
A atividade terá a participação da professora da Universidade Federal do ABC Paulista (UFABC), Cláudia Regina Vieira. Segundo Cláudia, para incluir estudantes surdos, a instituição precisa conhecer as especificidades do grupo. “A Língua Portuguesa é o segundo dialeto dos surdos e a Língua de Sinais (Libras) é o primeiro. Considerando isso, é necessária a existência de profissionais intérpretes de Libras com formação, desempenhando um papel junto aos docentes, com acesso aos materiais que serão discutidos antes das aulas.Também é necessário, o uso de estratégias de ensino mais visuais como infográficos, tabelas e esquemas”, explica a professora.
Outro fator importante, ligado ao fato de o português ser a segunda língua dos surdos, é o da correção de textos escritos. De acordo com Cláudia, no ensino superior, espera-se uma escrita melhor dos estudantes. “No entanto, por conta do histórico de educação de surdos e da demora do reconhecimento da Libras como linguagem, muitos ainda não se desenvolvem em língua portuguesa da forma ideal, por isso, as universidades podem promover cursos de extensão e/ou atividades visando à formação escrita destes alunos”.
“Promovemos esses encontros com o objetivo de melhor preparar a comunidade acadêmica para lidar com as deficiências” – professora Katiuscia Antunes (Foto: Alice Coêlho)
Nessa perspectiva, a professora destaca a relevância do incentivo à condução de ações que promovam equidade. “O mais importante é tratar os estudantes surdos como estudantes, cobrando as atividades, delegando responsabilidades e se colocando à disposição para tirar dúvidas e auxiliar no seu processo de desenvolvimento.”
A coordenadora do NAI, Katiuscia Antunes, destaca a necessidade de organizar essas ações. “Nós promovemos esses encontros com o objetivo de melhor preparar a comunidade acadêmica para lidar com as deficiências. Na UFJF, de maneira quantitativa, o maior número de alunos deficientes, possuem deficiência física, seguido de pessoas surdas ou com baixa audição. Este tema foi escolhido, pois atende grande parte dos nossos estudantes com deficiência e engloba o aprendizado oferecido pelo nosso curso de Letras/Libras.”
Katiuscia também aponta a necessidade da participação da comunidade acadêmica e da sociedade, pois se trata de um assunto significativo. “Conhecer o tema é importante para a coletividade, pois possibilita a melhor compreensão das deficiências, principalmente dentro da instituição, pois a qualquer momento podemos receber alunos com deficiências em diferentes faculdades e graduações.”
Outras informações: nucleo.nai@ufjf.edu.br