Com o objetivo de melhorar e fortalecer a qualidade do ensino superior público, comunitário e privado no estado, foi instalada nesta segunda-feira, 10, a Frente Parlamentar em Defesa das Universidades Públicas, Privadas e Comunitárias do Rio Grande do Sul. O lançamento da nova Frente da Assembleia Legislativa, proposta pelo deputado Gabriel Souza, ocorreu no Solar dos Câmara e contou com a presença de representantes das diferentes modalidades de ensino, que defenderam em suas manifestações a união de forças em nome da educação.
A Frente, que conta com a assinatura de mais 24 deputados signatários, de diferentes campos ideológicos, pretende voltar-se ao ensino superior de maneira ampla e defender uma pauta comum entre as instituições. “Precisamos olhar a educação como ela é: apartidária. O que estamos instalando hoje é um espaço político importante para que possamos dialogar e construir soluções para as demandas apresentadas pelas universidades”, explicou Gabriel.
Em nome das universidades federais, o reitor da UFRGS, Rui Oppermann, reforçou que o Estado precisa ter políticas definitivas e planos que sejam absolutos. “Nós carecemos desse norte no Brasil. As nossas políticas e programas nacionais correm sempre o risco de serem substituídas, abandonadas ou relegadas por outras que vêm com a mesma pouca legitimidade das que as antecederam”, criticou Oppermann.
O reitor disse também que questões como as pesquisas acadêmicas e o financiamento público das instituições (federais, estaduais ou comunitárias) são temas que precisarão ser debatidos pelo grupo. “O financiamento público é o dinheiro da população que é colocado em determinada iniciativa, com o objetivo de ter um retorno para o bem e o desenvolvimento da sociedade”, afirmou.
O reitor da UERGS, Leonardo Beroldt, lembrou a declaração final da Conferência Regional de Educação Superior (CRES), assinada em 2018 pelas universidades e instituições de ensino superior da América Latina e do Caribe, que reafirma a educação superior como um direito humano universal, um bem público e um dever do Estado. “Sem educação não há possibilidade de desenvolvimento. E não somos nós, reitores, que afirmamos isso. A nossa história nos mostra que o único caminho é o ensino”, defendeu Beroldt.
Representando 15 instituições comunitárias do RS, a reitora da Unisc, Carmen Lúcia de Lima Helfer, defendeu que os parlamentares sejam porta-vozes das universidades nos espaços de debate. “Com cumplicidade, envolvimento e afinidade dos integrantes dessa Frente tenho certeza que ela renderá bons frutos e a nossa maior beneficiada com isso com certeza será a sociedade gaúcha”, afirmou Carmen.
A reitora lembrou ainda a importância das comunitárias, que são aquelas instituições que não possuem fins lucrativos e reinvestem todos os resultados na própria atividade educacional. “Através da nossa existência muitos jovens puderam ter acesso ao ensino superior e hoje são cidadãos e trabalhadores que ajudam a desenvolver o Rio Grande”, reconheceu Carmen. De acordo com dados de 2017 apresentados pela reitora, o estado tinha cerca de 500 mil alunos matriculados, sendo 80% das matrículas privadas. Desse total, mais de 180 mil estudantes estavam nas universidades comunitárias.
Secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia do Estado, Luis Lamb reconheceu a iniciativa do deputado e da Assembleia Legislativa ao propor a Frente. “O Parlamento gaúcho tem sido parceiro de todas as ações positivas que temos tomado no RS. É uma Casa onde há a defesa do conceito de cidadania, do crescimento econômico, da população e, a partir deste momento, de defesa das universidades”, frisou Lamb.
Luis Augusto Lara, presidente da Assembleia Legislativa, aproveitou a oportunidade para colocar a estrutura da Casa à disposição da Frente Parlamentar e reiterou que a educação é a causa mais iminente para ser resolvida e que é necessário somar esforços pelo ensino superior. “Precisamos traçar planos e atuar politicamente sobre o Congresso Nacional e o Governo Federal. Vida longa ao ensino superior brasileiro”, encerrou.