Encontro teve como objetivos discutir o impacto do contingenciamento do orçamento para as instituições paulistas e articular apoio em defesa da educação pública
Reitores das quatro instituições federais de ensino superior (IFES) do Estado de São Paulo e parlamentares da bancada paulista se reuniram na Reitoria da Unifesp para discutir o impacto do contingenciamento do orçamento da Educação
Reitores das quatro instituições federais de ensino superior (IFES) do Estado de São Paulo reuniram-se, na tarde de segunda-feira (10/6), com deputados federais da bancada paulista, integrantes da Comissão de Educação da Câmara Federal. O encontro, ocorrido na Reitoria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), teve como objetivos discutir o impacto do contingenciamento do orçamento para as instituições paulistas e buscar apoio parlamentar em defesa da educação pública.
Participaram da reunião as reitoras da Unifesp, Soraya Smaili, e da Universidade Federal de São Carlos (UFScar), Wanda Hoffmann, e os reitores da Universidade Federal do ABC (UFABC), Dácio Matheus, e do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), Eduardo Modena. Estiveram presentes os deputados federais Herculano Passos (MDB/SP), que coordena a bancada paulista na Câmara Federal, Alencar Santana (PT/SP), Renata Abreu (PODE/SP) e Tabata Amaral (PDT/SP). A deputada federal Adriana Ventura (NOVO/SP) e o deputado federal Ivan Valente (PSOL/SP) foram representados, respectivamente, pelos seus assessores, Roberta Grabert e Marcelo Aguirre. Participaram também da reunião o ex-reitor da UFScar, Newton Lima, os vice-reitores da Unifesp, Nelson Sass, e da UFABC, Wagner Carvalho, além dos respectivos chefes de Gabinete, Andrea Rabinovici e Vitor Marchetti, pró-reitores e assessores das instituições de ensino e assessores parlamentares.
A reunião teve início com a apresentação das principais informações de cada IFES, realizadas pelos respectivos reitores, como os números de alunos, professores, cursos de graduação, pós-graduação, extensão, além da produção científica e do impacto que os campi têm em suas regiões. Durante sua apresentação, Soraya Smaili destacou os programas de residência médica e multiprofissional – os maiores do país –, bem como as atividades de ensino, pesquisa e extensão promovidas pela instituição e que podem ser prejudicadas com o corte dos recursos. Ela lembrou ainda que a universidade foi recentemente classificada pelo ranking Times Higher Education (THE) como a primeira colocada no Brasil em redução da desigualdade, inclusão e na promoção da saúde.
Os gestores também mostraram os impactos da redução orçamentária, agravada após a aprovação da proposta de emenda constitucional do teto dos gastos públicos, e as graves consequências que podem ocorrer se o contingenciamento não for revisto, como, por exemplo, pagamento de contas de água e luz, redução de contratos de prestação de serviços, do auxílio a estudantes de baixa renda e manutenção de equipamentos.
Como líder da bancada paulista, Herculano Passos falou sobre a possibilidade de agendar reuniões com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, e com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ), com o propósito de discutir o bloqueio orçamentário, colocando-se à disposição para ajudar as IFES nos encaminhamentos necessários. “Precisamos mobilizar reitores e parlamentares a participarem desses encontros”, pontuou. Já Alencar Santana, que acompanhou o crescimento da Unifesp, em especial na sua cidade natal, Guarulhos, afirmou que as universidades promovem mudanças positivas nas cidades e sugeriu uma discussão mais ampla do orçamento das universidades federais, por meio de audiências públicas. “Não foi um simples corte, mas um ataque contundente ao ensino superior público do Brasil, que já vem sofrendo com pouco financiamento. Contem comigo”, reforçou.
“A educação é fundamental e só ela pode mudar nosso país”, pontuou Renata Abreu. A deputada sugeriu a mobilização de toda a bancada paulista na Câmara Federal e no Senado, a fim de apresentar a situação das IFES aos parlamentares e buscar o maior número possível de emendas. Já a parlamentar Tabata Amaral agradeceu a oportunidade de participar da reunião que, segundo ela, dá energia para continuar lutando e criticou a forma como os cortes foram anunciados, além de mostrar preocupação em relação ao orçamento. “Os cortes punem quem é mais eficiente. Precisamos mostrar o quanto eles são perigosos para o futuro das universidades”, afirmou. Na sua visão, as informações divulgadas pelas instituições sobre os cortes e suas consequências enriquecem e dão embasamento ao debate, completando que se “coloca à disposição para ajudar como deputada, cidadã, comunicadora e ativista”.
Ao final do encontro, foram dados os seguintes encaminhamentos: agendamento de reuniões com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, com o presidente da Comissão de Educação, deputado Pedro Cunha Lima (PSDB/PB), com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ) e com a bancada paulista em agosto, ações que visem desbloquear os recursos da educação e a destinação de emendas parlamentares da bancada paulista às IFES de São Paulo.