O protótipo, desenvolvido por estudantes de Eletrônica do CEFET-MG, foi credenciado para ser apresentado no maior fórum científico juvenil do mundo, em julho
Ler um livro parece uma tarefa simples, mas, para quem possui deficiência visual, pode ser algo bastante desafiador. De acordo com o Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), atualmente, cerca de quatro mil alunos de escolas brasileiras convivem com a cegueira ou baixa visão. No Brasil, segundo o IBGE (2010), a mesma dificuldade é vivenciada por seis milhões de pessoas.
Como democratizar a leitura para esse segmento de público, tendo em vista, ainda, a emergência dos dispositivos digitais? Atentos à demanda de quem utiliza o sistema de escrita e leitura tátil (braile), um grupo de quatro estudantes do CEFET-MG desenvolveu um protótipo premiado no Brasil, que será, agora, apresentado em uma das maiores feiras de ciência do mundo, na Inglaterra.
Com o “Blindl-e: leitor braile de textos”, pessoas com limitação visual ganham mais autonomia na leitura por meio de um sistema que permite ao usuário controlar a passagem do texto através de um botão, permitindo que ele consiga ler corretamente no seu próprio tempo. Pelo ineditismo, baixo custo de produção e importância social, o trabalho foi credenciado para ser apresentado no 61° London International Youth Science Forum (LIYSF), que acontece de 24 de julho a 7 de agosto, em Londres (Reino Unido).
Devido às limitações financeiras, e com o apoio da Awesome Foundation Brasil, apenas um dos quatro estudantes de Eletrônica que desenvolveram o projeto vai poder embarcar. “Como sei que o CEFET vem tendo problemas, eu pesquisei e encaminhei para todas as fundações que encontrei um pedido de ajuda para que os alunos participassem”, esclarece a professora Rosiane Resente Leite, orientadora do trabalho.
Com embarque previsto para o fim de julho, e apesar das dificuldades, Rosiane acredita que a oportunidade será única, tanto para a formação científica dos participantes do projeto, quanto para projeção da Instituição. “Eventos dessa natureza trazem muitos benefícios, entre eles: conhecer trabalhos de outros países; desenvolver a fala do inglês, uma vez que o trabalho dever ser apresentado em inglês; valorizar o esforço intelectual dos estudantes; além de promover a escola de origem, que no caso é o CEFET-MG”, completa.
Sobre o LIYSF
Fundada em 1959, a London International Youth Science Forum tem como objetivo dar uma visão mais profunda da ciência e suas aplicações para o benefício de toda a humanidade.
O evento, realizado anualmente em duas semanas, atrai 500 dos principais jovens cientistas do mundo, com idade entre 16 e 21 anos, de mais de 75 países. O LIYSF é realizado no Imperial College London e no The Royal Geographical Society, com visitas diárias a importantes centros de pesquisa e universidades do Reino Unido, como Oxford e Cambridge Universities.
Sobre o projeto
Catarse (financiamento coletivo): Ajude o Blindl-e a ir pro LIYSF, expondo um projeto para ajudar os deficientes visuais a lerem
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